Um robô chamado MUSA, projetado para fazer “supermicrocirurgias”, passou em seu primeiro teste em humanos. A máquina foi criada para reconectar vasos sanguíneos com diâmetro de apenas 0,3 mm, tarefa que normalmente requer um cirurgião altamente especializado, com extrema habilidade e paciência.

Os resultados de um teste pré-clínico foram compilados no que está sendo chamado de “primeiro estudo em humanos de supermicrocirurgia usando uma plataforma microcirúrgica robótica dedicada”, segundo Tom van Mulken, do Centro Médico da Universidade de Maastricht e co-autor do estudo.

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Desenvolvido pela empresa holandesa MicroSure, o robô foi testado em 20 pacientes que sofriam com linfedema relacionado a um câncer de mama. A condição é resultado de um bloqueio dos vasos linfáticos, que causa inchaço e dores, e pode ser tratada com uma microcirugia para reconstruir os vasos e restaurar a circulação da linfa pelo organismo. Entretanto, é um procedimento delicado, cuja eficácia “depende da precisão e destreza das mãos humanas”, segundo van Mulken.

O MUSA foi projetado para ser “extremamente estável”, e é capaz de filtrar tremores tipicamente associados às mãos humanas. Ele também consegue “reduzir” os movimentos feitos pelos cirurgiões humanos que estão controlando o sistema, o que o torna facilmente manobrável. Seus braços robóticos podem segurar instrumentos microcirúrgicos e ele é compatível com microscópios cirúrgicos comuns.

Os testes foram feitos por uma equipe do Centro Médico da Universidade de Maastricht, além de colaboradores da Universidade de Tecnologia de Eindhoven, ambas na Holanda. As pacientes foram divididas em dois grupos, um que foi tratado por cirurgiões humanos e outro pelo MUSA.

Embora o procedimento com o robô seja mais lento, 115 minutos em média, contra 85 para os cirurgiões humanos, os resultados foram excelentes. A qualidade dos vasos linfáticos reconstruídos pelo MUSA era indistinguível dos que foram suturados por um cirurgião humano, sem efeitos adversos sérios e com melhoria na qualidade de vida das pacientes.

Os pesquisadores esperam testar o sistema em mais pacientes e em outros centros médicos, antes que a tecnologia possa ser usada em larga escala.

Fonte: Gizmodo