A Microsoft tem um histórico peculiar com seus chatbots. Os robôs da empresa já se envolveram em polêmicas como a da Tay, que rapidamente aprendeu a distribuir mensagens de apologia a drogas e ao nazismo. Agora, funcionários da empresa foram um passo além em projetos estranhos: um robô que se passa por prostituta e engana possíveis contratantes.
Se a ideia pode parecer estranha, pelo menos o motivo é nobre. A proposta é desencorajar a contratação de profissionais do sexo, uma vez que a prática pode incentivar o tráfico humano.
O robô se esconde atrás de anúncios online publicados por uma instituição sem fins lucrativos. Uma vez que o interessado começa a mandar mensagens para o número anunciado, a inteligência artificial começa a responder.
Sim, a máquina pode responder às perguntas do “cliente” em vários níveis, dizendo uma idade falsa, tipo de corpo, fetiches e até mesmo o preço. No entanto, quando a pessoa do outro lado mostra intenção real de contratar o serviço, a mensagem toma um tom severo de advertência. O tom do aviso pode variar dependendo do teor da conversa. A inteligência artificial pode se passar por uma menor de idade e, se isso não impedir as conversas, a mensagem de alerta poderá ganhar um tom mais grave.
“Comprar sexo de alguém é ilegal e pode causar danos sérios e de longo prazo às vítimas, além de alimentar um ciclo de tráfico humano. Os detalhes deste incidente serão analisados e você poderá ser contatado pelas autoridades para prestar esclarecimentos”, diz uma das mensagens relatadas pelo site Wired.
Até o momento, o robô já trocou mais 14 mil mensagens com cerca de 1.000 pessoas que responderam aos anúncios falsos. De acordo com os responsáveis, pelo menos em metade dos casos a negociação foi adiante o bastante para exibir a mensagem de alerta.
A iniciativa é parte do Project Intercept, iniciado em 2012, que já tem ramos em 21 cidades dos Estados Unidos e com planos de levar o robô a mais regiões do país. O projeto nasceu com dois funcionários da Microsoft que acreditavam no trabalho efetivo de algumas ONGs que precisariam de apoio tecnológico para ampliar a escala de suas estratégias. O projeto não tem vínculo oficial com a Microsoft, embora utilize a tecnologia e os funcionários da empresa, que desenvolveram as ideias em seu tempo livre.