Um robô nas Filipinas está implantando corais bebê em um recife danificado. Esse foi um teste inicial de tecnologia que, segundo pesquisadores, pode ajudar a acelerar os esforços para reconstruir recifes que enfrentam dificuldades em todo o mundo.
“Os recifes do mundo estão perdendo corais mais rápido do que podem ser naturalmente substituídos”, diz Peter Harrison, ecologista da Southern Cross University, na Austrália, que fez uma parceria com Matthew Dunbabin, engenheiro da Universidade de Tecnologia de Queensland, para construir e testar o robô, que foi chamado de Rangerbot. “Em quase todos os recifes do planeta, estamos sofrendo com o declínio dos corais. Então, o que estamos focando é tentar restaurar as populações de corais para que eles voltem a crescer nesses sistemas o mais rápido possível.”
Para que o experimento dê certo, Harrison e sua equipe coletaram corais que sobreviveram a adversidades recentes. “O que estamos tentando fazer é capturar a diversidade genética restante dos corais sobreviventes”, diz ele. A equipe realiza o processo de criação de novos corais em um ambiente fechado por um período de cinco a sete dias. Depois disso, os pequenos corais gerados são enviados aos recifes mais danificados.
Essa abordagem de implantação dos pequenos corais pode ser feita à mão, mas o robô pode ajudar a cobrir áreas muito maiores e muito mais rápido. Esse dispositivo é uma variação de um projeto originalmente criado para caçar e matar um tipo de estrela do mar que é uma das responsáveis pela morte de diversos corais.
O robô navega pelo recife usando visão computacional e é controlado por um tablet. A ideia dos pesquisadores é fazer com que, no futuro, ele funcione de forma autônoma. Ele também pode ser usado para diversas coisas, indo de monitoramento da água até a contagem de tartarugas.
Em um teste realizado no final do ano passado na Grande Barreira de Corais, a equipe entregou corais a uma parte degradada do recife. Os pesquisadores estão atualmente escrevendo um artigo sobre os testes, mas dizem que o processo funciona. No recife das Filipinas ainda é difícil dizer se algo aconteceu, já que os pequenos corais têm menos de um milímetro de diâmetro, e não podem ser vistos sem um microscópio. Espera-se que, no período de um ano, os corais bebês tenham crescido o suficiente para que a equipe possa avaliar o sucesso do estudo.
O robô foi projetado para ser o mais barato possível. Robôs subaquáticos normalmente usam sonar para navegar, mas como o RangerBot funciona em recifes rasos, foi possível projetá-lo para usar a visão computacional, o que reduziu drasticamente seu custo.
A equipe já está começando a oferecê-lo para grupos de conservação que podem usá-lo e fornecer um feedback. “Esses grupos normalmente não poderiam pagar por essa tecnologia, mas podemos torná-la acessível a eles”, diz Dunbabin.
O dispositivo pode ser facilmente transportado em uma caixa grande, para que possa ser movido ao redor do mundo para trabalhar em diversos recifes. “Eles poderiam ser enviados para diferentes áreas ao redor do mundo e ajudar na distribuição de larvas de coral como parte desse processo”, diz Harrison.
Via: Fast Company