Review: ‘Life Is Strange: Before The Storm – Ep. 1: Despertar’

Redação05/09/2017 14h25, atualizada em 05/09/2017 14h28

20170905113815

Compartilhe esta matéria

Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

Desenvolvido pela Deck Nine e distribuído pela Square Enix, “Life Is Strange: Before The Storm” conta a história de Chloe, melhor amiga de Max — protagonista do primeiro jogo. Assim como o primeiro “Life Is Strange”, “Before The Storm” funciona como um seriado, com os episódios sendo lançados periodicamente e não todos de uma vez em um jogo completo.

Assim como nos jogos da TellTale (“The Walking Dead”, “The Wolf Among Us”), o prequel de “LIS” se baseia nos diálogos. Não há lutas, corridas ou qualquer tipo de desafio que exija destreza com o controle. O mais importante é ficar atento a tudo que os personagens com quem Chloe interage falam e tentar agir de acordo com o interesse da protagonista. Isso se você concordar com ela, claro. A personalidade do jogador definitivamente vai prevalecer em algumas questões.

A personagem que controlamos pode andar, correr, fazer observações sobre os objetos que fazem parte do cenário, interagir com estes objetos e conversar com NPCs. Embora muitas pessoas tenham gostado do “efeito borboleta” ao qual fomos apresentados no primeiro jogo por meio da mecânica de voltar no tempo, não há elementos místicos ou sobrenaturais neste título. Temos de arcar com as consequências de tudo que escolhemos responder para aqueles que cruzam o nosso caminho. Pense bem antes de abrir a boca.

Vários outros elementos do jogo original foram mantidos neste. A qualquer momento podemos abrir o diário de Chloe para descobrir o que está se passando na cabeça da personagem de maneira mais íntima, existem conversas por SMS que podemos ler para entender melhor a relação dela com os alunos da escola assim como com a própria Max e, este não é um fator relacionado a jogabilidade, a trilha sonora — desta vez composta pela banda “Daughter” — continua impecável; absolutamente adequada para cada cena.

A principal novidade do gameplay é o novo modo de discussão em que você precisa convencer os outros personagens a fazer o que a protagonista deseja usando “argumentos e xingamentos”, como diz o tutorial do jogo. Há um problema neste modo. Ao selecionar a primeira linha com a qual mais nos identificamos dentre as opções disponíveis em certos diálogos para lidar com determinada situação, a frase completa que sucede a escolha pode estar bem distante do que tínhamos imaginado inicialmente. O que pode tornar a experiência frustrante de vez em quando.

Por se tratar de Chloe, uma adolescente depressiva e traumatizada, as conversas podem sempre levar a um desfecho muito triste, em que você acaba sentindo pena das coisas que acontecem na vida dela. O período que acompanhamos é o ápice da rebeldia e da solidão que ela sente desde o primeiro jogo. Sem uma amiga por perto desde a morte do pai, Chloe se afunda cada vez mais em confusão. Deve centenas de dólares para um traficante, odeia a escola, odeia o novo namorado da mãe dela e está sempre sonhando com o passado. Isso até que ela conhece Rachel Amber, a personagem que está desaparecida no começo de “Life Is Strange”.

Rachel, à primeira vista, parece o oposto de Chloe. Ela é popular, tira ótimas notas, é respeitada pelos professores, pelo grupo de teatro; basicamente, tem tudo que deseja. No entanto, com o tempo, descobrimos que ela também é consideravelmente desequilibrada. Ao descobrir um segredo sobre a própria família, ela desconta sua frustração no mundo e, mesmo percebendo que a atitude tomada gera consequências graves, Rachel não volta atrás e nem demonstra qualquer sinal de arrependimento.

O primeiro episódio funciona muito bem. Principalmente se considerarmos que o foco do game é trabalhar os sentimentos do jogador. “Despertar” nos apresenta a nova protagonista em um nível muito mais íntimo. Chloe é uma personagem complexa, que precisa de ajuda imediata. Esta ajuda poderia vir da família, mas acaba vindo de Rachel Amber, outra personagem que possui os próprios graves transtornos internos. O gameplay e os gráficos deveriam ter sido melhorados, já que a resposta dos fãs, mesmo no primeiro jogo, foi desfavorável neste aspecto. No entanto, o brilhantismo do enredo, assim como o carisma das personagens e o cuidado com a trilha sonora, compensam o obsoletismo dos controles.

“Life Is Strange: Before The Storm” terá mais dois episódios. A data de lançamento deles não foi anunciada ainda.

Ficou interessado no produto? O aparelho avaliado nesse texto pode ser comprado na loja virtual do Olhar Digital, desenvolvida em parceria com o Magazine Luiza. Embora o Olhar Digital possa receber uma comissão nas vendas da loja virtual, a parceria com o Magazine Luiza não tem influência alguma sobre o conteúdo editorial publicado. Além disso, a disponibilidade do produto e o preço cobrado são de responsabilidade do Magazine Luiza.

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital