Testamos: em tempos de smartphones caros, Galaxy J3 tem bom custo-benefício

Redação16/09/2016 18h53

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Com os preços cada vez mais astronômicos dos smartphones top de linha, a faixa de preço de cerca de R$ 500 – que antes incluía uma série de opções – ficou praticamente vazia. O Galaxy J3, da Samsung, também fica acima dela: a Samsung vende-o em seu site oficial por R$ 899, mas ele pode ser achado por cerca de R$ 600 na internet.

Por outro lado, o J3 tem um custo benefício bem bom. Por esse preço, ele entrega basicamente tudo que você pode querer de um celular – mas, talvez, não com a qualidade que você queira. Num momento em que o país carece de opções mais baratas de celulares bons, ele desponta como uma opção bem interessante – e faz até algumas coisas que nem o iPhone 7 Plus faz. Veja a seguir, com mais detalhes, por que ele vale a sua atenção:

Design

Esteticamente, o corpo do J3 não é muito bonito. Ele é inteiro feito de plástico, e a cor branca do dispositivo que recebemos para teste não ajudou muito, porque ela suja muito facilmente. O smartphone não chega a ser feio, mas ele tem um aspecto um pouco simplório que deixa um pouco a desejar. A parte traseira do aparelho tem uma textura rugosa que tenta impedir que ele escorregue das mãos, mas isso não dá muito certo: mesmo ela acaba sendo lisa demais.

As laterais dele também têm um pequeno recorte que tenta facilitar que ele seja levantado após ser largado de tela para baixo sobre uma mesa, por exemplo. Mas como o material é um pouco escorregadio, isso também não funciona muito. Também faz falta um sensor biométrico que facilitaria o destravamento da tela, se bem que nessa faixa de preço esse recurso ainda é raro.

No lado positivo, porém, o Galaxy J3 é bem leve e fácil de se manusear. Ele cabe confortavelmente em qualquer bolso ou qualquer bolsa, e parece ser bem resistente a quedas, embora ele não tenha sofrido nenhum tombo mais dramático durante o período em que o testamos.

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Performance e usabilidade

O J3 vem com 1,5GB de RAM e um processador Exynos 3475 quad-core com clock de 1,5GHz. Isso significa que ele provavelmente não vai dar show em nenhum benchmark, mas no final das contas, não importa muito. Para o uso cotidiano, esses componentes dão conta do recado muito bem.

O dispositivo consegue executar basicamente qualquer tarefa que um smartphone médio precisa fazer hoje em dia. Em alguns momentos, ele pode demorar ligeiramente mais do que o adequado para abrir um app ou carregar uma página, mas a diferença pra um dispositivo mais potente não é tão grande assim – e é muito menor que a diferença de preço. O pior problema que tivemos durante os testes foi o teclado dar uma travadinha enquanto o PIN de desbloqueio era digitado e ele precisar ser digitado novamente. Ou seja, algo um pouco irritante, mas nenhum grande problema.

Mesmo Pokémon Go, um jogo que recomenda dispositivos com 2GB de RAM para funcionar, rodou bem nele, embora demorasse para abrir e tivesse problemas com o modo de realidade aumentada. Com o jogo aberto, ainda dava para entrar no Facebook e tirar fotos com a câmera sem que ocorresse algum travamento mais sério, embora o impacto na performance fosse notável quando muitos apps eram abertos ao mesmo tempo.

Trata-se de uma surpresa positiva, considerando que Pokémon Go é um dos aplicativos mais demandados hoje em dia. Por R$ 600, o J3 talvez seja um dos dispositivos mais baratos capazes de rodar o jogo sem grandes problemas. Outras tarefas comuns para usuários, como chamar Uber, usar Instagram e Snapchat, assistir a vídeos no Youtube ou Netflix e jogar outros jogos mais leves, transcorreram tranquilamente.

Outro aspecto interessante do J3 é o seu slot para cartão microSD. Com apenas 8GB de memória, apenas 4,3 dos quais sao utilizáveis, o dispositivo seria de pouquíssima utilidade se não permitisse a expansão de seu armazenamento. Como ele consegue acomodar cartões microSD de até 128GB, porém, ele pode guardar uma infinidade de arquivos, músicas e vídeos. Interessante notar que um recurso que esteja ausente em tantos smartphones top de linha ainda hoje seja encontrado num dispositivo de entrada.

Câmeras

Se o fato de a Samsung fabricar algumas das melhores câmeras de smartphone atualmente te levar a pensar que o J3 terá uma câmera incrível, não se iluda. A câmera traseira do smartphone, com 8MP, é um dos pontos em que o seu status de “smartphone de entrada” mais fica evidente.

Em condições normais de luz, a câmera traseira até que funciona bem. Ela se ativa de modo relativamente rápido com dois toques do botão Home, e também consegue focalizar objetos com uma rapidez bastante impressionante. Se isso dá a ela uma vantagem de agilidade, no quesito qualidade ela não se sai tão bem. As imagens que ela captura acabam sendo um pouco “lavadas”, e as cores simplesmente não se destacam da maneira que deveriam.

Em algumas situações, o software da câmera também parece ter um pouco de dificuldade para capturar as cores com precisão, o que resulta em distorções cromáticas. Como ela não tem função HDR, fotos na contraluz resultarão quase sempre em fundos estourados ou motivos apagados. E, com pouca luz, esses problemas ficam piores. A rapidez da câmera é um ponto positivo, mas não espere nenhuma foto milagrosa dessas lentes.

A câmera frontal, por sua vez, é uma versão menorzinha da câmera traseira, com as mesmas vantagens e problemas. Com 5MP, ela consegue tirar umas selfies bem decentes em boa luz, mas não muito mais. A vantagem é que, assim como a cãmera frontal, ela se inicia rapidamente com dois toques do botão Home. Então se você for tirar uma selfie com os amigos, não precisa ficar todo mundo esperando a câmera ligar pra tirar a foto.

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Display

O Galaxy J3 tem uma tela AMOLED de 5 polegadas com resolução HD (720×1280 pixels), o que o coloca entre um dos melhores aparelhos nessa faixa de preço. Isso tanto porque muitos outros dispositivos não chegam a ter resolução HD quanto porque praticamente nenhum outro tem tela AMOLED.

Com essa tecnologia, a tela é capaz de reproduzir pretos com mais fidelidade, já que cada pixel pode ser desligado individualmente, e além disso mostrar um contraste maior entre as cores. De fato, ao assistir vídeos do Youtube ou Netflix nele, nunca tive a impressão de que estava usando um dispositivo de entrada. Além disso, o tamanho da tela também torna o aparelho bem conveniente para se utilizar com uma mão só.

Bateria

É verdade que, com essas configurações, o Galaxy J3 não tem nada que exija muito de sua bateria. Ainda assim, o desempenho dela é bastante louvável. Em um dia de uso médio, é possível chegar em casa com cerca de 40% de bateria restante, o que é mais do que muitos aparelhos mais caros oferecem – embora eles também precisem usar sua energia para mover processadores e telas muito mais exigentes.

Vale notar também que esse desempenho foi testado durante o uso normal do aparelho, mas o J3 também tem uma opção de economia de energia, que promete reduzir ainda mais o uso da bateria. Com ela, é bem provável que o dispositivo consiga sobreviver algumas horas com a porcentagem final de sua carga.

No período de testes, não é possível avaliar como a bateria se deteriora com o tempo. É natural que, ao longo de sua vida útil, ela acabe oferecendo menos horas de uso do que de início. Mesmo assim, dado o desempenho inicial dela, ela não deve ter nenhum problema que não possa ser resolvido levando um cabo microUSB na bolsa ou deixando um carregador USB no trabalho.

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Conclusão

Alguns dos defeitos do J3 incomodam um pouco. Vindo de uma das empresas que produz as melhores câmeras do mercado, por exemplo, ele bem que poderia ter uma câmera traseira melhor. E de vez em quando ele dá umas travadinhas para as quais é difícil achar explicação. Nesses momentos, o preço sugerido pela Samsung parece inexplicável, e mesmo os preços mais acessíveis parecem meio caros.

Mas o fato é que, para quem procura um dispositivo que cumpra os requisitos básicos de um smartphone (Redes sociais, Uber, Pokémon Go e alguns outros jogos mais pesados), há poucas opções melhores. Gastando mais, dá pra chegar no Moto G4 Play, no Lenovo Vibe K5 ou no LG K10, mas esses dispositivos não têm, sobre o J3, qualquer vantagem que justifiquem imediatamente o preço superior. Gastando menos, por sua vez, não há muita coisa. O J1 Mini, também da Samsung, fica devendo em termos de performance, câmera e display, e o Moto E têm esses mesmos problemas. 

É possível que alguns desses aparelhos mais caros ou baratos se adequem melhor às necessidades de alguns consumidores. No geral, porém, o Galaxy J3 ocupa um espaço bem adequado no mercado. Para quem procura um smartphone bom e barato, ele é uma boa opção.

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital