Review do Nokia 2.3: celular tem boa autonomia, mas peca no desempenho

Celular que marca a volta da Nokia para o Brasil oferece autonomia para quase dois dias, mas performance fica abaixo da média. Veja nossa análise!
Alvaro Scola29/05/2020 19h46, atualizada em 29/05/2020 20h19

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A Nokia fez bastante sucesso no Brasil ainda quando os celulares não executavam mil atividades e eram uma verdadeira novidade. Após um tempo, a Nokia passou a fabricar telefones com o Windows Phone e acabou saindo do mercado de celulares, mas retomou estas atividades em certos países em 2017 com aparelhos rodando o sistema Android.

Já em 2020, a Nokia está de volta ao Brasil com um aparelho de entrada, sendo este o Nokia 2.3, que tem como destaque trazer o sistema Android One. O Olhar Digital teve a chance de testar o aparelho e conta o que achou dele nesta análise. Confira!

Design, acabamento e tela

Assim como a maioria dos outros aparelhos de entrada, o Nokia 2.3 não impressiona muito em seu acabamento usando plástico como seu principal material. O Olhar Digital recebeu o aparelho na cor verde ciano para testes, que é bem discreto e não pega manchas de dedos, um ponto positivo por aqui. O celular, vale lembrar, também é vendido nas cores cinza e dourado.

Reprodução

Já a parte traseira do aparelho traz as suas duas principais câmeras na parte central, que ficam bem rentes ao corpo. Por sua vez, o que vai mais chamar a atenção aqui é a ausência de um leitor de impressões digitais, o que lhe deixa restrito a usar um padrão de desbloqueio do Android ou o reconhecimento facial, que nem sempre é tão seguro e eficaz.

A tela do aparelho utiliza um display do tipo LCD de 6,2 polegadas com a resolução HD+ de 1520 x 720 pixels, sendo que a câmera frontal fica disposta em um notch em gota. De forma geral, a definição da tela não é ruim para um aparelho de seu segmento, mas o nível de brilho da tela acabou sendo bem problemático para mim devido a ser bem baixo, o que dificultou bastante o uso do aparelho em locais mais iluminados ou abertos.

Reprodução

Ainda no corpo do celular, está presente uma entrada P2 para fones de ouvidos na parte superior e uma entrada micro USB para a transferência de arquivos e carregamento de sua bateria. Seguindo uma tendência que vimos no ano passado em certos aparelhos, além dos botões de volume e power, o Nokia 2.3 também traz um botão para chamar o Google Assistente.

Performance e desempenho

O celular da Nokia acaba decepcionando no desempenho para determinadas tarefas, mas antes de entrar nos detalhes, vamos a sua ficha técnica. Confira:

  • Processador MediaTek Helio A22;
  • 2 GB de memória RAM;
  • 32 GB de espaço para armazenamento expansível via cartão microSD;
  • Bateria de 4.000 mAh.

Assim como é esperado de um aparelho de entrada, o Nokia 2.3 mostra alguma lentidão na hora de abrir aplicativos e até mesmo para executá-los, mas ainda funciona bem para quem quer apenas navegar na internet, usar o WhatsApp e outros programas básicos. Já nos meus testes, o que realmente me desapontou muito na performance, foi na hora de utilizar a câmera do aparelho, que faz ele travar constantemente ao ponto de ficar inutilizável por alguns segundos consideráveis.

No que diz respeito a jogos, a performance do aparelho também não surpreende, mas ele ainda é capaz de rodar alguns títulos bem leves. Já alguns games populares como o Free Fire apresentaram erros e não rodaram conosco.

Já para os testes mais técnicos, infelizmente, eles não puderam ser realizados. O aparelho em questão é listado como incompatível com o Geekbench 4 (programa padrão para nossos testes de benchmark).  Por sua vez, o Antutu, obtido através do APKMirror até foi instalado, mas o teste não chega até o fim e trava o aplicativo antes de exibir a sua pontuação.

No quesito autonomia, o Nokia 2.3 não desaponta e consegue aguentar praticamente um dia e meio longe da tomada sendo utilizado para atividades simples e de forma constante. Já uma recarga completa no aparelho leva um pouco mais de duas horas para ser efetuada.

Fotos

Para tirar fotos, o Nokia 2.3 vem com duas câmeras traseiras, sendo a principal wide de 13 megapixels com abertura f/2.2 e, a outra, um sensor de profundidade com 2 megapixels. De forma geral, a câmera deste celular não alcança resultados excelentes, mas as fotos ainda apresentam um resultado aceitável para um aparelho de entrada, apesar do seu baixo nível de detalhes e as cores que não são fiéis ao ambiente em que foram capturadas devido ao aparelho tentar “compensar” sua iluminação.

Reprodução

Foto em ambiente aberto

Reprodução

Foto em ambiente fechado

Já um dos poucos modos disponíveis para fotos mais “incrementadas”, o retrato ou bokeh, acaba funcionando bem no aparelho e conta com boas opções de personalização para o efeito. Em relação a vídeos, este aparelho consegue fazer gravações em Full HD a 30 quadros por segundo, mas como mencionamos anteriormente, esta tarefa pode ser um pouco complicada de ser realizada devido a diversos travamentos que ocorrem com o celular.

Reprodução

Foto com modo retrato

A câmera para selfies do aparelho conta com 5 megapixels e abertura de f/2.4. O seu resultado também é aceitável, mas assim como na câmera traseira, as cores não ficam com um aspecto natural.

Reprodução

Selfie

Software

Diferente da maioria dos aparelhos de entrada, um dos diferenciais do Nokia 2.3 é justamente trazer o Android One, que já conta com a atualização para o Android 10 disponível. Assim, na prática, você tem uma experiência praticamente pura do sistema e sem muitos apps pré-instalados, apenas os do Google.

Além disto, outra grande vantagem do celular ao contar com o Android One, é que você terá pelo menos 3 anos de atualizações de segurança.

Preço e disponibilidade

O Nokia 2.3 foi lançado durante o mês de maio no Brasil e tem o preço sugerido de R$ 899,00.

Conclusão

É um bom sinal nós vermos a volta da Nokia no Brasil, mas a verdade é que o Nokia 2.3 não consegue entregar o que era esperado dele, mesmo para um aparelho de entrada. Para nós, um de seus grandes contras já começa por ele não ter um leitor de impressões digitais, um dos recursos mais utilizados em qualquer celular.

Além disto, a sua performance pode até ser aceitável e dentro do esperado para a execução de aplicativos e jogos “bem leves”. Entretanto, os travamentos que tivemos em nossos testes para certos jogos e ao usar a câmera do aparelho prejudicaram bastante a experiência. Ainda assim, as fotos pelo menos possuem uma qualidade interessante para um celular de entrada.

Assim, o único destaque do aparelho fica por conta de ele rodar o Android One e ter atualizações garantidas por 3 anos. Mas, infelizmente, isto não é o suficiente para torná-lo uma boa opção.

Editor(a)

Alvaro Scola é editor(a) no Olhar Digital