O Motorola One é uma aposta diferente da Motorola. É o primeiro smartphone da Motorola a apresentar mudanças físicas significativas em modelos intermediários em muito tempo. Desde o Moto G5 a empresa apresentou modelos onde a traseira tinha bordas laterais curvas e câmeras traseiras dentro de um círculo.

O Moto One é bem diferente de tudo que a empresa já fez nos últimos anos, não apenas por fora, mas também por dentro. Mas isso é bom ou ruim? Saiba mais na análise a seguir

Motorola One: Características físicas

A traseira é totalmente plana, mas as laterais são curvas, o que, parece que as empresas já perceberam, é um design que favorece a ergonomia.

Reprodução

As duas câmeras traseiras estão no canto superior esquerdo e, um pouco acima da parte central está o sensor de digitais, aliás, bem posicionado, oferece conforto para desbloquear o telefone.

Reprodução

O “M” de Motorola, é o sensor de digitais. No canto superior direito, as câmeras do Moto One

Mais um detalhe da parte de trás é o revestimento de vidro. Por mais que seja resistente, é vidro e, se cair vai quebrar. A Motorola foi esperta, pois uma capinha de plástico transparente vem na caixa do produto. Particularmente, gostei da capinha. Apesar de simples, ela tem qualidade: se encaixa perfeitamente, tem boa pegada e oferece proteção à parte de trás e nas bordas e, por ser transparente, mostra o visual bonito do Moto One.

Reprodução

A capa que acompanha o Moto One é muito bem vinda, já que a traseira é revestida em vidro

E na parte da frente, mais uma surpresa: a Motorola se rendeu ao famoso e polêmico entalhe popularizado pela Apple no iPhone X. Eu não curto o notch, pois sua única função é aproveitar os cantos superiores da tela para exibir a hora no canto esquerdo e a rede Wi-Fi e status da bateria no canto direito.

Reprodução

A Motorola se rendeu ao notch, o entalhe que abriga a câmera frontal

A Motorola já vem com um Widget central na tela inicial bem útil que exibe a hora e temperatura e ainda leva ao despertador diretamente quando clicado. Por isso eu acho o entalhe desnecessário: além de não ter proveito nenhum em termos de área útil de tela, o recorte na tela não é agradável.

Motorola One: desempenho e especificações

O Moto One vem com processador Snapdragon 625 octa-core de 2 GHz, 4 GB de RAM e 64 GB de armazenamento interno, com possibilidade de expandir para mais 256 GB por meio de cartão micro SD. E o mais interessante foi pegar o aparelho emprestado para testes justamente no momento em que ele recebeu o Android 9 (Pie). Foi legal porque essa versão traz em alterações significativas, como exemplos, o menu por gestos, que é mais intuitivo, fácil de user e um modo “Não perturbe” melhorado. Há mais novidades do Android Pie que estão nesse vídeo.

O importante aqui é saber se o desempenho do Motorola One foi bom. Apesar de usar um processador bem início dos intermediários, o smartphone não fez feio. Talvez os 4 GB de RAM mais o Android 9, que está mais leve, ajudaram a deixar tudo mais fluido. Jogos, como o PUBG e Shadowgun Legends, um que tem muitos elementos na tela e outro que tem gráficos pesados, rodaram sem problemas no Moto One.

A experiência não foi afetada durante o uso, mas alternar entre tarefas, às vezes, fazia o Moto One dar umas paradinhas. Nào afetou muito, pois eram paradinhas breves quando eu alternava entre tarefas, por exemplo. Muito provável que a CPU precisava de mais tempo para processar tudo, pois o snapdragon 625 não é o mais atual da Qualcomm. Talvez se a Motorola usasse o sucessor Snapdragon 636, o Motorola One tivesse um desempenho melhor. De qualquer forma, as pequenas engasgadas não foram graves e a experiência de uso foi muito boa.

Motorola One: tela

A tela tem 5,9 polegadas de tamanho com proporção 19:9 (estendida). A resolução é HD+ ou, em pixels, é de 720 x 1520. A tecnologia usada é a LCD IPS. Apesar de não ser full HD, eu consegui assistir a vídeos de modo bem confortável. Eu até acho interessante essa resolução para telefones como o Moto One por dois motivos: Resoluções grandes para telas de celulares não fazem muita diferença e ainda consomem mais processamento e mais bateria. E por isso a Motorola acertou, porque os vídeos em HD rodam sem problemas de rastros e as cores são muito boas dentro do limite da tecnologia LCD.

Motorola One: câmeras

O Moto One vem com duas câmeras traseiras, uma com 13 MP e abertura f/2.0 e outra de 2 MP e abertura de f/2.4. A câmera frontal tem  8 MP e abertura F/2.2. As fotos no modo automático em locais com bastante luz ficam ótimas, Em ambientes com baixa luminosidade, o resultado não é tão bom, é possível perceber ruídos ou pontilhamentos na foto.

Reprodução

Foto pelo Motorola One em modo automático em ambiente com bastante luz

Reprodução

Outro exemplo de foto em modo automático em ambiente interno

O modo retrato, um recurso que desfoca o fundo e mantém somente a pessoa no foco, está presente tanto na câmera frontal, quanto nas de trás. A Motorola sempre faz menção a esse recurso porque funciona bem, porém, no Motorola One é possível perceber uma falha no contorno da cabeça da pessoa (ou mesmo do objeto), que acaba ficando desfocado junto com o fundo da foto.

Para fazer esse efeito, é preciso usar as duas lentes traseiras mais o software ajudando na correção. E, no caso da câmera dianteira, como tem apenas uma lente, o desfoque é feito apenas por software. Tudo indica que o software precisa de algum ajuste e espero que a Motorola ainda lance uma atualização para corrigir isso, pois o efeito Bokeh (nome que se dá a esse tipo de foto desfocada no fundo) é muito popular e interessante.

Reprodução

O modo retrato fez um bom trabalho na câmera de selfie (à esquerda), mas na câmera traseira (foto da direita) não funcionou bem. O software acabou desfocando parte da cabeça

O modo manual também é um destaque, já que é possível brincar mais com o foco, com a luminosidade e balanço de brancos. Eu gostei muito da gravação em vídeo full HD a 60 frames por segundo que o Moto One pode atingir. O resultado foi um vídeo com ótimo definição e ainda com estabilização, o que é bem legal para um aparelho intermediário. Mas, assim como as fotos, é preciso ter bastante luz para ter um ótimo resultado. O motivo disso é a abertura da lente, que teria que ser menor do que f/2.0 para ter resultados melhores em ambientes com baixa luminosidade.

Motorola One: duração de bateria

A capacidade de bateria do Moto One é de 3.000 mAh. Está dentro da média da maioria dos smartphones e, portanto, nada de mais. Porém, a escolha de um processador menos veloz e com boa eficiência energética, mais o Android Pie, acabou favorecendo o Motorola One nesse quesito. Utilizo sempre o mesmo teste para todos os aparelhos que faço review: tirei o Moto One da tomada às 8h00 da manhã e usei para realizar algumas chamadas telefônicas que duraram o total de 25 minutos. Fiz 30 fotos e gravei 3 vídeos com 3 minutos cada um. Joguei durante 40 minutos e acessei o Youtube pelo Wi-Fi, durante 2 horas. O restante foi acessar redes sociais, postar fotos e acessar e-mails, além de usar um fone Bluetooth para ouvir músicas durante 1 hora.

No fim de um dia de expediente, às 18h00, a bateria ainda tinha 58% de carga. E às 22h00 ainda tinha 49%, pois usei pouco dentro dessa faixa de horário. Foi bem interessante ver que a Motorola conseguiu um equilíbrio entre desempenho e duração de bateria. E vale citar que o Motorola One continua seguindo a filosofia de carregamento rápido que a Motorola inclui em seus aparelhos.

Motorola One: resumo e conclusão

O Moto One surpreendeu no design diferente de seus outros modelos intermediários, com boa ergonomia. O desempenho é ótimo para um aparelho com CPU de entrada e obteve bom balanço entre a boa experiência com uso de aplicativos com ótima duração de bateria. A câmera é um pouco lenta, mas as fotos são muito boas se tiradas em ambientes com muita luz. O modo retrato não agradou muito, pois o software ainda confunde o fundo com o contorno da pessoa ou mesmo se for um objeto. A tela é bastante satisfatória e vídeos e fotos podem ser vistos com conforto. Enfim, é um celular intermediário que pode servir bem para quem quer um desempenho decente, com ótima duração de bateria sem precisar gastar tubos de dinheiro em um smartphone topo de linha. O preço de lançamento é de R$ 1.499

Motorola One: Características técnicas completas

  • Bateria: 3.000 mAh;
  • Câmera: 13 megapixels f/2,0 (traseira, principal), 2 megapixels f/2,4 (traseira, secundária) e 8 megapixels f/2,0 (selfie);
  • Conectividade: 3G, 4G, Wi-Fi 802.11n, GPS, GLONASS, BeiDou, Bluetooth 4.2, USB-C, NFC, rádio FM;
  • Dimensões: 149,9×72,2×8 mm e peso de 162 gramas;
  • GPU: Adreno 506;
  • Memória externa: suporte a cartão microSD de até 256 GB;
  • Memória interna: 64 GB;
  • Memória RAM: 4 GB;
  • Plataforma: Android 9.0 (Pie);
  • Processador: Snapdragon 625 octa-core de 2,0 GHz;
  • Sensores: acelerômetro, proximidade, giroscópio, bússola, impressões digitais;
  • Tela: IPS LCD de 5,9 polegadas, proporção 19:9 com resolução de 1520×720 pixels.