Testamos: celular da Xiaomi se destaca por não ter bordas; confira

Renato Santino06/01/2017 20h09, atualizada em 07/01/2017 00h20

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Quando chegou ao Brasil, a Xiaomi era só promessas, e a maioria delas não chegou perto de se concretizar, fazendo a empresa praticamente abandonar o nosso mercado. Ao testar o recém-lançado Mi Mix na CES, minha única reação foi lembrar e lamentar que o experimento da empresa no país tenha sido um fracasso, e que jamais veremos o modelo no nosso mercado.

Reprodução

Se você não teve a oportunidade de acompanhar as noticias dos últimos meses, o Xiaomi Mi Mix se destaca por praticamente não ter bordas ao redor do display, permitindo que o painel seja gigantesco sem que isso implique em um celular gigante e impossível de segurar.

A empresa se aproveitou desse conceito para colocar, de fato, uma tela enorme de 6,4 polegadas no aparelho. Tal tamanho transformaria qualquer smartphone comum em um tablet com chip celular, mas o design diferenciado da Xiaomi faz com que o smartphone ainda seja usável.

Tudo no Mi Mix é impressionante, a começar pela tela gigante e sem bordas, claro, com a bizarra resolução de 2.040 x 1.080, que é totalmente fora de qualquer padrão. As especificações também são de respeito, trazendo um processador Snapdragon 821. O chipset já não é mais o mais poderoso da Qualcomm, mas, como ainda não há nenhum modelo no planeta fazendo uso da tecnologia do Snadragon 835, o Mi Mix é o que há de mais potente no momento, aproveitando também seus 6 GB de memória RAM. O fato de ser gigante também lhe proporciona uma bateria enorme de 4.400 mAh

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Segurar o celular é uma experiência diferente de qualquer outro aparelho que eu tive a oportunidade de conhecer de perto. É como se a Xiaomi estivesse dizendo ao público: “Vocês nos acusaram de copiar os outros esse tempo todo? Então toma essa!”, porque com certeza não há nada que se assemelhe no mercado neste momento.

Uma dúvida que eu ouvi sobre o aparelho é se ele passa a sensação de ser muito frágil. Na verdade, não muito. Como o painel não se curva ao redor das laterais, como faz o Galaxy S7 Edge, eu não senti muita diferença entre o celular e um aparelho comum em termos de sensação de fragilidade. Também não senti como se as palmas das minhas mãos interferissem demais com a usabilidade, como acontece com o S7 Edge. As bordas servem como um escudo de hardware contra toques indesejados e, quando você as remove, só restam ajustes de software para “rejeitar” a palma da mão do usuário. No entanto, pelo fato de o celular ser tão grande, você é praticamente forçado a usá-lo com duas mãos, o que reduz significativamente os toques indesejados.

A câmera também é um destaque à parte, e o fato de o aparelho quase não ter bordas ao redor da tela cria um efeito curioso. Ao apontar a câmera para um objeto, o efeito é como se o celular se tornasse transparente na sua mão, o que só é possível graças à combinação do design peculiar do celular com a câmera de alta qualidade e velocidade, que tem pouco atraso entre o que acontece no mundo real e o que é capturado pelas lentes. Nos nossos breves testes, o sensor de 16 megapixels se mostrou amplamente satisfatório, apoiado pela abertura de lente de f/2.0.

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No fim das contas, o Mi Mix é um daqueles celulares loucos que deveriam surgir com mais frequência. Ele pode ser um fracasso de vendas, mas é sempre legal ver gente apostando em coisas novas que fujam do tradicional retângulo de vidro que virou padrão no mercado. E, novamente, é uma pena que jamais o veremos à venda no Brasil.

Renato Santino é editor(a) no Olhar Digital