* De Erlangen, na Alemanha

Uma das grandes vantagens do mundo altamente tecnológico atual é a possibilidade cada vez maior de personalização. Esse processo tem sido deixado mais claro pelo conceito de Indústria 4.0 — que associa a individualização dos itens à produção em larga escala. E isso vai do consumidor final à indústria, em diferentes segmentos.

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Imagine, por exemplo, que você queira um tênis com seu nome e um desenho autoral impressos na lateral — são os processos da Indústria 4.0 que vão ajudá-lo. Isso porque eles permitem fazer um estudo prévio antes da produção efetiva de algo. Dessa forma, sabe-se antecipadamente se aquele produto pode realmente ser feito e qual a melhor forma de fazê-lo.

Para isso, faz-se um gêmeo digital do item. E o que é isso? É um estudo detalhado daquela peça no computador — um protótipo virtual —, já com as possíveis implicações da produção. “Sabe-se exatamente como ela vai ser produzida e evitam-se intercorrências”, explica Thomas Duerr, o responsável por desenvolvimento de negócios do Additive Manufacturing Competence Center da Siemens, em Erlangen, na Alemanha.

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Aplicações em diversas áreas

Tem-se, então, um objeto totalmente individualizado e que é produzido corretamente logo na primeira tentativa em uma impressora 3D — ou seja, não há perdas relacionadas a erros. A Indústria 4.0, então, não é uma simples evolução de processos industriais: ela muda todo o paradigma de produção nos mais diversos setores, já que seu conceito pode ser expandido para praticamente todas as áreas.

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Quer mais um exemplo? No universo da ortopedia, algumas fraturas requerem o uso de placas que devem ser fixadas ao osso atingido para que ele possa se recuperar. E aí, os processos da Indústria 4.0 podem ser extremamente úteis: como cada indivíduo tem características únicas, a criação de um suporte personalizado, sob medida para aquele osso, torna a recuperação muito mais simples e rápida.

Reprodução

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Outra aplicação interessante inclui as peças de automóveis — ou de outros equipamentos, de eletrodomésticos a aviões. Imagine que um produto que já saiu de linha (e para o qual não há mais elementos de reposição) necessite de manutenção. A fabricante — ou parceiros autorizados — pode usar o gêmeo digital para produzir o componente especialmente para aquele caso.

Em outras palavras: não é preciso ter um estoque de moldes e muito menos de peças. “Alguns itens têm um índice mais alto de quebra ou desgaste e outros, em geral, não apresentam defeito. Então, é uma grande vantagem poder fazê-los de acordo com a necessidade”, lembra Duerr. Além disso, ter um estoque virtual representa economia de espaço, de dinheiro, de tempo e assim por diante.

Para quem gosta de ter tudo personalizado, essa é uma grande notícia. Os processos têm avançado rapidamente e os benefícios — que já são bastante claros — devem estar à nossa disposição em poucos anos. Preparado?

* A jornalista Roseli Andrion viajou para Erlangen a convite da Siemens.