O Relatório Global de Música de 2019 da Federação Internacional da Indústria Fonográfica (IFPI, na sigla em inglês), divulgado nesta terça-feira (2), revelou como o streaming de música está expandindo sua presença em escala global. Isso porque, de acordo com o relatório, a receita de serviços de streaming cresceu 34% em 2018, índice que fez o formato ser responsável por quase metade (47%) do rendimento total do consumo de música ao redor do mundo.
A ampliação da importância do streaming para o mercado musical foi impulsionada pelo aumento de 32,9% das assinaturas pagas dessas plataformas, em serviços como Spotify, YouTube Premium e Apple Music. A IFPI mostrou que, no final de 2018, havia 255 milhões de usuários pagantes desses serviços. Somente esse valor foi responsável por 37% do faturamento do consumo de música.
O relatório destacou que o crescimento da transmissão por streaming foi mais do que suficiente para compensar uma queda de 10% e 21%, respectivamente, nas chamadas “vendas físicas” (discos e DVD) e na comercialização de músicas por download.
Para o presidente executivo da IFPI, Frances Moore, a elevação dos números foi impulsionada pelos investimentos das gravadoras em “artistas, pessoas e inovação, tanto em mercados estabelecidos quanto em regiões em desenvolvimento, que cada vez mais se beneficiam de fazer parte do panorama musical atual”.
Nesse cenário, a América Latina foi a região que mais cresceu (16,8%) na indústria fonográfica, com destaque para o Brasil, que alcançou alta de 15,4%, superando os outros países no estudo, seguido pelo México, com 14,7%.
Com os dados da pesquisa da IFPI, percebe-se que a ampliação da tendência do streaming foi essencial para o faturamento da indústria de música global em 2018, que alcançou US$ 19,1 bilhões. Além disso, o mercado ao redor do mundo cresceu 9,7% no período, representando o quarto ano consecutivo de crescimento do setor.
Moore observa, no entanto, que a constante evolução do mercado de música exige que a “infraestrutura legal e comercial” apropriada esteja presente para garantir que a música seja “valorizada e que as receitas sejam devolvidas aos detentores dos direitos para apoiar o próximo ciclo de desenvolvimento”.