Quase 40% dos computadores brasileiros ainda rodam o Windows 7

Dados da Kaspersky dão uma dimensão do problema de segurança gerado pelo fim do suporte ao sistema operacional
Renato Santino14/01/2020 20h56

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A esta altura, você já deve saber que esta terça-feira (14) é o último dia de vida útil do Windows 10, marcando o fim do suporte da Microsoft ao sistema operacional. O impacto disso, no entanto, só vai começar a aparecer ao longo dos próximos meses, e ele promete ser intenso: no Brasil, quase 40% dos computadores ativos passarão a rodar um sistema operacional abandonado.

Segundo dados da Kaspersky, são 37% dos computadores ativos rodando o Windows 7, o que é mais do que um PC em cada três utilizando o sistema defasado. O país lidera a América Latina em percentual de computadores com Windows 7 instalado, seguido de perto da Argentina, com 35%, e da Colômbia, com 33%. Mesmo com tanta gente usando o sistema, a região ainda está abaixo da média global, que é de 41% dos PCs rodando a versão recém-abandonada.

Isso tende a ser um problema grande no futuro, e um futuro que talvez não esteja muito distante. Afinal de contas, o cibercrime já analisa as vulnerabilidades do Windows 7 há muito tempo e a certeza de que qualquer falha que ainda não é conhecida não será é um incentivo ainda maior para que elas comecem a ser exploradas de forma mais ampla.

“Sabemos que há usuários que optam por não atualizar o sistema operacional, seja por custo, hábito ou porque outros programas não são compatíveis com as versões mais recentes. No entanto, um sistema operacional obsoleto que não possui correções de segurança é um risco muito grande à cibersegurança”, diz Dmitry Bestuzhev, diretor da Kaspersky na América Latina.

Bestuzhev também nota um efeito em cadeia preocupante, já que com o abandono do Windows 7, outras empresas começarão a interromper o suporte aos seus softwares para o sistema. Isso significa que navegadores deixarão de ser atualizados e outros programas cruciais também podem ser abandonados e permanecer com suas falhas expostas pela eternidade, criando mais canais de ataque para o cibercrime.

Quem, por qualquer motivo, não puder atualizar seu computador imediatamente, seja comprando um PC novo, seja migrando para o Windows 10 ou alguma distribuição de Linux, precisa redobrar seus cuidados com segurança. A principal recomendação da Kaspersky para empresas que não puderem fazer a transição neste momento é simples: isole as máquinas que estão rodando o Windows 7. “Se não for possível atualizar para a versão mais recente do SO, as empresas precisam considerar este vetor de ataque em seu mapa de ameaças e mitigá-lo separando os equipamentos vulneráveis do restante da rede, além de adotar outras medidas de segurança”, diz a empresa.

Também é especialmente recomendável manter um backup atualizado de seus arquivos e documentos mais importantes. Um sistema operacional abandonado é um ambiente ideal para uma infecção por um ransomware, tipo de ameaça que “sequestra” o PC, bloqueando acesso aos seus arquivos por meio de criptografia; a liberação só é feita mediante o pagamento de um resgate. Com o backup em dia, uma infecção do tipo não chega a ser um transtorno.

Renato Santino é editor(a) no Olhar Digital