O 5G começa a chegar em 2019 e a Qualcomm anunciou novos equipamentos que prometem tornar real a próxima geração de conexões móvel. Durante o 5G Day, a empresa apresentou o modem Snapdragon X24, que promete oferecer internet de até 2 Gbps de velocidade e um melhor consumo de energia. Além disso, a empresa apresentou também soluções voltadas para clientes corporativos que desejam adotar os chips da empresa.

Previsto para ser demonstrado no MWC 2018, o Snapdragon da X24 LTE modem é um das principais apostas da Qualcomm na transição para a quinta geração de redes. O novo modem traz o primeiro chip do mundo de 7 nanômetros, capaz de consumir menos energia e ocupar pouco espaço, alinhado com um chip de radio frequência de 14 nm, que também promete melhor eficiência energética.

Além dos avanços na construção, o novo modem da Qualcomm também promete alcançar velocidades de até 2 Gbps, que devem ser suficientes para aplicações de alta complexidade como renderização remota de realidade virtual. Para chegar a essa marca, a empresa consegue agregar até sete espectros de operadoras, superando o chip X20 e seu antigo recorde de agregação de cinco faixas.

Reprodução5G para empresas

Embora muita gente relacione a próxima rede móvel ao uso em telefones, a Qualcomm divulgou que a estimativa de mercado para o setor automotivo, IoT e de computação móvel é de US$ 66 bilhões (aproximadamente R$ 220 bilhões). Para tentar tomar uma parcela significativa dessa quantia a empresa anunciou o “Qualcomm Wireless Edge Solutions”, um conjunto de soluções envolvendo os modens e chips Snapdragon da empresa para atender as corporações.

De acordo com a empresa, o objetivo do programa é facilitar o design e construção de equipamentos com suporte ao 5G, com garantia de suporte de software, segurança e de fabricação. Além disso, a companhia se compromete a suportar as principais plataformas de Internet das Coisas, como o Android Things, AWS IoT, Thingspace, entre outros.

ReproduçãoAinda sobre o “Qualcomm Wireless Edge Solutions”, a fabricante disse que a plataforma oferecerá confiança e segurança para a construção de dispositivos e a inserção deles em uma rede. Além disso, a empresa terá forte integração com serviços de terceiros, especialmente os de armazenamento na nuvem. Por fim, a Qualcomm anunciou o lançamento do kit de desenvolvimento para o seu modem MDM9206, que é voltado para produtos de Internet das Coisas (IoT).

Aplicações para diferentes fins

A busca por tanto poder técnico não é por menos: a Qualcomm revelou planos ambiciosos de aplicações do 5G. A nova rede deve permitir uma maior adoção de equipamentos de Internet das Coisas (IoT, em inglês) tanto domésticas como em ambientes industriais, que poderão até mesmo criar uma conexão privada e mais segura a partir do 5G. A nova tecnologia também deve oferecer uma conexão mais estável em locais com grande aglomeração ou alta demanda de conexões simultâneas.

ReproduçãoA Qualcomm vê ainda o 5G como uma etapa fundamental para tornar realidade os carros autônomos com comunicação V2X (veículo-para-qualquer coisa) e as cidades inteligentes. Por fim, no nível mais pessoal, o usuário também deve experimentar acesso imediato à nuvem, o que reduziria a demanda por armazenamento local; streaming de conteúdo em Ultra HD (4K) e até a processamento remoto de realidade virtual com maior qualidade gráfica.

A criação das redes 5G também deve se dar em diferentes camadas. A primeira é o que a empresa chama de LTE Onipresente, que deve ter longo alcance até as áreas mais remotas e combinar tecnologias como a Gigabit LTE, com velocidade acima de 1 Gbps. Já a camada intermediária é composta pelo 5G abaixo de 6 GHz, que será o padrão de quinta geração adotado inicialmente, também acima de 1 Gbps e que deve atender bem veículos autônomos e áreas com grande aglomeração, como estádios.

ReproduçãoPor fim, deverão surgir as redes milimeter waves 5G (5G de ondas milimétricas, em tradução livre). Apesar do baixo alcance, essas novas redes oferecerão uma baixíssima latência com tempo de resposta quase imediata entre os terminais e servidores ou nuvem, por exemplo. A expectativa é que essa tecnologia chegue primeiro aos grandes centros urbanos e áreas centrais da cidade.