Um executivo de uma empresa de comunicação me falava sobre as transformações pelas quais o setor passava e sua luta em manter-se no cargo. A angústia estava em ver que ainda tinha muito tempo de vida pela frente e que precisava ter renda até lá para cuidar de sua família. Entretanto, o setor estava encolhendo em receitas e com um nível de competitividade crescente. Ele não se sentia mais com energia para continuar a lutar por seu posto, que estava sob severa crítica, em função dos baixos resultados. Além disso, outros executivos, que no tempo das vacas gordas eram exemplos de ética, agora, nas vacas magras, tornaram-se bandidos. Prontos para puxar seu tapete e prejudicá-lo, se necessário fosse, para manter seus cargos e polpudos salários.
Esse cenário lhe causava grande perda de energia, frustração e um estresse assombroso. Na verdade, seu corpo já dava sinais de esgotamento.
Na vida, não lutamos somente as batalhas que sabemos que iremos vencer. Mas aquelas que precisam ser travadas. Entretanto, o pior que pode acontecer a você não é a derrota, mas lutar até o fim uma luta evidentemente perdida. Nenhum enxadrista joga uma partida até o último lance. Ao perceber a impossibilidade de vitória, ele derruba seu rei, cumprimenta o adversário, assimila a derrota e concentra-se para a próxima partida.
Portanto, é importante conhecer as batalhas que devem ser travadas até o fim e aquelas que devem ser abandonadas.
Você tem de saber que o ponto mais alto de sua carreira não é tornar-se presidente da empresa. Mas, sim, ser independente financeiramente. Essa é a verdadeira guerra a ser vencida.
É normal, em setores e empresas em declínio, a batalha por cargos se tornar uma luta corpo a corpo. Ninguém deseja isso em uma guerra real, e você também não deveria desejá-lo em sua carreira. Quando a disputa por um cargo se transforma em um vale-tudo, a vitória não valerá a pena. É melhor buscar outras batalhas.
Por isso, você deve sempre criar mais e mais oportunidades para você. Tanto na empresa em que está quanto no mercado. Não deixe seu networking para quando estiver desempregado. Você tem de comunicar-se e falar com pessoas de outras empresas, e mesmo em outros segmentos, que possam servir-lhe de alternativa de carreira. Nunca se sabe o dia de amanhã.
Você também deve fazer o que for necessário para alfabetizar-se financeiramente. Não é o quanto você ganha que interessa, mas o quanto preserva ao longo do tempo. É isso que faz enriquecer. Aprenda a investir e a gerar renda com seus investimentos. Depender de salário, no longo prazo, não é uma boa estratégia.
Por último, trabalhe sua adaptabilidade ao longo dos anos. O mundo nunca mais se transformará de maneira tão lenta quanto agora. As transformações serão rápidas e, para aqueles que não estiverem preparados, serão abruptas e poderão colocar em xeque toda a sua experiência e seu conhecimento. Portanto, não pare de aprender e de ficar atento às novas tecnologias e em como elas afetam o mundo, seu mercado de trabalho, sua empresa e, principalmente, sua carreira.
A luta principal deve ser por sua renda no longo prazo, pela alfabetização financeira que lhe dê independência e por sua adaptabilidade. É essa luta que vai gerar oportunidades em quantidade e qualidade para você até o fim da vida.
Afinal, precisamos pensar em como nos sustentar, mas, principalmente, em como crescer e deixar nossa riqueza para as gerações futuras, e não a conta de nossa aposentadoria. Essa batalha sempre valerá a pena.
Vamos em frente!