Sempre que a Apple lança um novo iPhone, ela o vende praticamente no mesmo preço do anterior, e baixa um pouco o preço dos últimos modelos. Isso, contudo, pode estar prestes a mudar. Segundo o analista de mercado Steven Milunovich, o próximo iPhone pode ser o primeiro smartphone “mainstream” a superar a marca dos US$ 1.000 em preço.

A opinião de Milunovich surgiu em uma nota de pesquisa de mercado escrita por ele para a empresa de análise de mercado UBS e divulgada pelo MacRumors. Ele acredita que esse aumento de preço pode ser motivado por um aumento de custo: o “iPhone 8” deve custar de US$ 70 a US$ 90 a mais para produzir do que o iPhone 7 Plus – que já quase chega aos US$ 1.000 em sua versão de 256 GB.

“Não acreditamos que a Apple vá fugir muito do preço do modelo mais caro da Samsung [o S8 Plus, que custa US$ 850] e deixará o modelo de entrada com tela OLED entre US$ 850 e US$ 900”, diz o analista. No entanto, ele também acredita que “o modelo de 256 GB com tela OLED da Apple pode ficar entre US$ 950 e US$ 1.000”.

Rachando o teto

Mesmo que o novo dispositivo ultrapasse essa barreira, ele não seria o primeiro a chegar perto dela. Como Milunovich aponta, o modelo de 256 GB do iPhone 7 Plus já custa US$ 970; assim, se a Apple de fato decidisse deixar seu próximo top de linha nos US$ 1.000, ela poderia até mesmo colocar um modelo de entrada mais barato para competir com os Androids mais acessíveis.

Tradicionalmente, a marca dos mil dólares se manteve como uma espécie de teto acima do qual o smartphone já vira um aparelho de luxo. É algo semelhante ao que acontece com a marca de R$ 5.000 no Brasil: mesmo com a variação do dólar, a mudança dos preços dos dispositivos e os impostos, as fabricantes têm evitado lançar dispositivos acima desse preço por aqui.

E se o próximo iPhone de fato superar essa marca, ele serrá o primeiro celular “mainstream” a fazer isso. Já há celulares que superam esse preço, mas eles são versões assumidamente luxuosas e extravagantes de aparelhos já existentes, como o iPhone 6s de ouro preto, que custa US$ 2.500.