Em julho do ano passado, a Uber anunciou que investiria US$ 500 milhões em um sistema próprio de mapas para deixar de depender dos mapas do Google. No início do ano, a empresa começou a colocar carros em cinco continentes com a tarefa de criar um mapa global próprio.
A etapa brasileira desse processo começou no início de novembro, e nesta quarta-feira, 6, a empresa informou que já mapeou 14 mil quilômetros de vias no país. Por enquanto, a empresa só tem carros encarregados de fazer esse mapeamento em São Paulo e Rio de Janeiro.
Na capital paulista, mais de 10 mil quilômetros foram percorridos, enquanto os outros 4.000 quilômetros foram registrados na capital fluminense. Há planos de expandir o programa para mais cidades brasileiras “nos próximos meses”, embora a Uber não tenha revelado mais detalhes.
Até hoje, o mapa que os usuários veem no aplicativo da Uber é uma reprodução dos mapas mantidos pelo Google, “emprestados” por uma API. No entanto, os dados dessa API não são tão precisos quanto aqueles usados nos apps do próprio Google, como o Waze e o Maps.
É por isso que a Uber tem investido em mapas próprios. “Há dados sobre os quais precisamos saber muito mais, como padrões de tráfego e locais precisos para embarque e desembarque”, disse um porta-voz da Uber em comunicado enviado ao Olhar Digital.
Segundo a empresa, os carros que fazem esse mapeamento são equipados com receptores, radares a laser e câmeras de alta precisão para coletar o maior volume de dados possível. Além disso, os condutores não são motoristas parceiros da plataforma, mas funcionários específicos da Uber escalados para fazer somente isso.
Dados do GPS dos usuários também são coletados neste projeto, embora a Uber não tenha detalhado quais. Vale lembrar que, no fim do ano passado, a companhia recebeu diversas críticas por ter começado a rastrear os passageiros do serviço mesmo após o fim de uma corrida. Em agosto deste ano, a Uber disse que encerraria a prática.
O projeto de mapeamento de vias está em ação em outras 35 cidades espalhadas por Canadá, Reino Unido e Estados Unidos, e já terminou em cidades da Austrália, México, Nova Zelândia, Cingapura e África do Sul. Ainda não se sabe quando o resultado desse projeto será sentido no aplicativo.