Nesta terça-feira, 19, veículos de imprensa dos EUA começaram a publicar os primeiros reviews do iPhone 8 e do iPhone 8 Plus. As análises giram em torno do mais novo smartphone da Apple, que começa a ser vendido na próxima sexta-feira, 22.

Em comum entre quase todas as primeiras reações divulgadas é a “sombra” do iPhone X, modelo realmente novo que a Apple só começa a vender em novembro. Até lá, clientes da marca só têm direito a um modelo de visual muito parecido com o iPhone 7 e com leves upgrades de hardware e software.

Para Nilay Patel, editor que fez o review do iPhone 8 no The Verge, por exemplo, a iminência do iPhone X prejudica o modelo mais barato, que parece um tanto ultrapassado em comparação. “Após passar uma semana com o 8, eu não consigo pensar em sequer uma razão convincente para fazer o upgrade a partir de um iPhone 7”, escreveu ele.

O iPhone 8 é “o novo celular padrão da Apple, e é ótimo que um celular padrão seja tão bom como ele”, acrescenta Patel. “Mas ele não é o futuro. É só o padrão. É um iPhone”, conclui o texto. O futuro em questão seria o iPhone X, com sua tela quase sem bordas. E um dos motivos para a ausência de empolgação é mesmo o design do aparelho.

De acordo com a análise de David Pierce, da Wired, o visual do iPhone 8 traz “boas mudanças, mas nada que fará você jogar seu velho e ultrapassado iPhone 7 na lixeira”. “No mais, o design parece o mesmo que o do ano passado. Botão Home: ali ainda. Entrada para fones: sumida ainda”, afirmou o jornalista, que disse que o aparelho é “o melhor e mais chato celular da Apple”.

Em termos de desempenho, o processador A11 Bionic parece fazer um bom trabalho, apresentando mais um leve salto de performance em relação ao A10 Fusion da geração passada. Nenhum review destaca qualquer engasgo ou falha na performance do celular. Um ponto que chama a atenção, porém, é o processamento de aplicativos de realidade aumentada.

Apps de realidade aumentada – isto é, que sobrepõem imagens do mundo real com imagens geradas pela máquina – tiram proveito do ARKit, o novo API que a Apple criou para desenvolvedores tirarem o melhor proveito possível do hardware do iPhone. A novidade já está disponível em iPhones mais antigos, mas é com o processador do 8 que a diferença é mais chamativa, segundo a fabricante.

Na opinião de Scott Stein, autor da análise publicada no CNET, aplicações de R.A. são “a coisa mais incrível que você pode fazer com os novos telefones da Apple”. “O nível de detalhamento gráfico nestes aplicativos é impressionante. Parece mais rico do que realidade virtual, ainda que, de certo modo, seja menos imersivo.”

Outro ponto realmente diferente e que arrancou elogios dos primeiros usuários do novo iPhone é o sistema de carregamento sem fio. Com o iPhone 8 e com o iPhone X, a Apple passa a oferecer suporte a carregadores por padrão Qi, algo que celulares Android oferecem há anos. E, aparentemente, o carregamento wireless do iPhone 8 “só funciona”, como muitos dos recursos do celular da Apple.

Segundo Matthew Panzarino, autor do review publicado pelo TechCrunch, o novo smartphone pode encher a bateria usando um carregador de outra marca, e “recarrega tão rapidamente quanto com um carregador normal”. A duração da bateria, por sua vez, é basicamente a mesma que o do modelo do ano passado, de acordo com ele, sem mudanças neste ponto.

A análise de Panzarino, porém, foca bastante na câmera do iPhone 8, já a partir do sugestivo título “um olhar sobre o futuro aumentado da fotografia”. Assim como a geração passada, o iPhone 8 de 4,7 polegadas tem apenas uma câmera traseira, enquanto a versão Plus, de 5,5 polegadas, tem uma câmera dupla na parte de trás.

O destaque vai para o novo recurso de software que permite editar a iluminação de uma imagem a partir do modo Retrato. É possível, por exemplo, apagar o plano de fundo e deixar o objeto em primeiro plano destacado em tons de cinza, entre outras configurações. Segundo o review do TechCrunch, o sistema “funciona melhor do que tem direito”. “Objetos são quase impecavelmente pintados apropriadamente com os diferentes estilos de luz.”

De um modo geral, porém, as melhorias parecem ter sido mais focadas em detalhes do que no aspecto geral das câmeras. “Minhas fotos de teste saíram com cores mais impactantes e com um pouco mais de detalhes do que as mesmas fotos tiradas com um 7 Plus”, escreveu Chris Velazco no review do Engadget.

Veja algumas fotos tiradas com o celular:

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Vale notar o que Nilay Patel, do The Verge, escreveu no seu review sobre a câmera, porém. O jornalista comparou o novo celular da Apple com o Pixel XL, do Google, com o Galaxy S8, da Samsung, e com o iPhone 7. O resultado: “o iPhone 8 produziu as fotos mais consistentes e ricas do grupo, embora o Pixel tenha sido o vencedor mais óbvio em diversos momentos”.

Aparentemente, porém, há pouca coisa que realmente chame a atenção dos primeiros usuários do iPhone 8. A conclusão de Geoffrey Fowler, do jornal The Wall Street Journal, resume praticamente todas as outras publicadas nesta terça. “O iPhone 8 é um upgrade difícil de justificar. Ele deveria ter sido chamado de iPhone 7s.”