A estratégia da Samsung para vender seu novo smartphone intermediário, o Galaxy On7, é convencer o cliente de que, a partir de agora, ele pode comprar um celular com tela grande por menos de R$ 1 mil. O que, na prática, acaba sendo uma das poucas vantagens do aparelho, que chega exclusivamente às lojas online na próxima segunda-feira, 9, custando R$ 950.
O Olhar Digital teve a chance de experimentar o Galaxy On7 durante sua apresentação para a imprensa nesta quarta-feira, 4, em São Paulo. Visualmente, o smartphone é bonito e bem desenhado, com uma traseira totalmente plana em material que, segundo a própria fabricante, “lembra” o couro.
Leve e nitidamente fino, o aparelho deve agradar aos usuários que gostam de telas grandes para vídeos e jogos, por exemplo. Outro recurso que compensa os R$ 950 é a bateria de longa duração: 3.000mAh. Nessas primeiras impressões, porém, não foi possível determinar em quanto tempo o Galaxy On7 consome essa energia.
No entanto, é o hardware do novo Galaxy que decepciona à primeira vista. Apesar de ser um dos recursos mais destacados pela Samsung, a câmera – especialmente a frontal, “ideal para selfies” segundo a empresa – deixa a desejar em questão de resolução e qualidade da imagem.
Um dos recursos do sensor até que vem a calhar: o modo panorâmico. Com ele, o usuário pode registrar muito mais informações dentro de um mesmo quadro, sem a necessidade de um “pau de selfie” para captar um ângulo maior. Por outro lado, os 5MP da câmera frontal e os 13MP da traseira não parecem muito bem tratados pelo software.
O processador Snapdragon 410 de 1,2GHz, assim como a memória RAM de 1,5GB, ainda estão em um nível inferior ao de outros modelos na mesma faixa de preço. Além disso, os míseros 8GB de espaço interno também são um duro golpe para qualquer usuário, já que, desses, apenas 4GB estão disponíveis para a instalação de aplicativos e armazenamento de arquivos.
A Samsung tenta compensar essa deficiência eliminando os famosos bloatwares – aqueles apps pré-instalados que o usuário simplesmente não pode remover. O Galaxy On7 vem apenas com o pacote obrigatório do Google, incluindo Gmail, Play Store, YouTube e Drive. De fábrica, ele vem com Android 5.1.1 Lollipop.
Mas se o usuário quiser instalar o Facebook e o Whatsapp, por exemplo, vai se ver diante da necessidade de comprar um cartão microSD – o celular tem suporte para até 148GB extras. Completa a coleção de pontos negativos o fato de que o aparelho talvez fique de fora da próxima atualização de sistema do Android, a vesão 6.0 Marshmallow. A Samsung não soube dar detalhes a respeito.
O que realmente desmonta todo o marketing do Galaxy On7 é a comparação com a concorrência. O Moto G de segunda geração da Motorola, por exemplo, lançado em 2014, pode ser encontrado hoje por cerca de R$ 800 com memória interna de 16GB. Já o Redmi 2 Pro, da Xiaomi, custa R$ 650 e vem com 2GB de RAM, além dos mesmos 16GB de espaço para apps.
Em questão de desempenho e custo-benefício, o novo smartphone da Samsung fica em um nível abaixo da concorrência, mas dentro de uma faixa de preço considerada razoável. O Galaxy On7 será vendido exclusivamente pela internet, na loja online da Samsung, Shoptime, Submarino e no site das Lojas Americanas. A pré-venda começa já nesta quarta.