Prepare-se para se sentir velho: ontem, completaram-se 25 anos da data em que a primeira mensagem SMS foi enviada. No dia 3 de dezembro de 1992, o engenheiro Neil Papworth foi até a empresa Vodafone no Reino Unido para instalar o sistema de Short Messaging Service para eles. Segundo ele, para testar o sistema, ele usou um computador para enviar a mensagem “Feliz Natal” ao seu amigo Richard Jarvis.

Jarvis estava, naquele momento, aproveitando a festa de natal da Vodafone. De acordo com Papworth, a mensagem foi escrita e enviada por um computador porque os celulares naquela época ainda não tinham teclados (afinal, era 1992). Jarvis, por sua vez, disse à BBC que viu a mensagem mas não pode responder, pois naquela época os celulares só eram capazes de receber mensagens, não de enviá-las. Curiosamente, a primeira mensagem SMS do mundo foi visualizada e não respondida.

Quinze caracteres que fizeram um milhão

Quando Papworth enviou “Merry Christmas” ao seu colega, deu início à forma de comunicação instantânea por escrito entre dispositivos eletrônicos – algo praticamente onipresente no mundo atual. Inicialmente, a ideia da Vodafone era que o SMS fosse usado para substituir os pagers – a empresa nem imaginava a tendência que estava lançando.

Levou algum tempo para que o fenômeno decolasse. Isso porque, no começo, só era possível receber as mensagens de centrais dedicadas. E mesmo depois que os celulares se tornaram capazes de enviá-las, ainda era meio inconveniente usar o teclado numérico para escrever. Mas quando os smartphones chegaram, tudo mudou: segundo o Engadget, o número de mensagens SMS enviadas por mês nos EUA saltou de 12,5 bilhões para 45 bilhões entre 2006 e 2007.

A influência das mensagens de texto também chegou a muitas outras empresas e tecnologias. O Twitter, por exemplo, limitou o tamanho de suas mensagens a 140 caracteres com base no limite de 160 caracteres das mensagens SMS (embora tenha recentemente abolido esse limite). E esse mesmo recurso de enviar mensagens de texto em tempo real alavancaria outras gigantes da tecnologia, como o Facebook e o Messenger, à posição privilegiada que ocupam no mundo atual.

Passando o bastão

De fato, essas empresas acabaram por substituir a tecnologia SMS com seus próprios protocolos de envio de mensagem. Usando sinal de internet móvel em vez de linhas telefônicas, elas permitem uma gama maior de comunicações, incluindo o envio de mensagens de áudio e vídeo. Com isso, tornaram-se extremamente populares: o WhatsApp, por exemplo, anunciou em julho que já processava mais de 55 bilhões de mensagens e 4,5 bilhões de fotos por dia.

Trata-se de um volume impressionante de informações. O sistema SMS, em seu auge, chegou a fazer circular “apenas” cerca de 20 bilhões de mensagens por dia no mundo todo. Em abril de 2016, Mark Zuckerberg, o CEO do Facebook, anunciou que seus aplicativos WhatsApp e Messenger já processavam, juntos, mais de três vezes esse número (totalizando 60 bilhões por dia).

Segundo a BBC, o auge do SMS foi em 2012, mas o número decaiu desde então. Mesmo assim, o recurso está longe de ser desnecessário: quem nunca ficou sem internet móvel e se viu forçado a recorrer ao antigo padrão de comunicações entre celulares para avisar um amigo que iria se atrasar para o encontro, por exemplo?