15 previsões de Bill Gates de 20 anos atrás que se tornaram realidade

As hipóteses estão no livro "A empresa na velocidade do pensamento", lançado pela Companhia das Letras
Rene Ribeiro07/02/2019 00h31, atualizada em 23/02/2019 17h00

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Em 1999, Bill Gates escreveu um livro intitulado “Business @ the Speed of Thought”. No Brasil, ele foi publicado pela Companhia das Letras com o título “A empresa na velocidade do pensamento”.

No livro, Gates fez 15 previsões tão ousadas para a época que poderiam ser consideradas ultrajantes. Veja, a seguir, quais foram as previsões feitas há 20 anos — e o quão perto elas chegaram da realidade.

1. Sites de comparação de preços

Previsão: “Serviços de comparação automática de preços serão desenvolvidos. Com eles, será possível ver os preços em vários sites, o que vai tornar mais fácil encontrar os melhores preços em todo tipo de indústria.”

O que existe hoje: é possível pesquisar produtos em diversos sites para obter os melhores preços. Endereços como Kayak e Expedia ajudam a encontrar voos mais baratos, enquanto o Google Shopping e o Bing Shopping permitem ver pechinchas de produtos. No Brasil, destaques importantes são os comparadores de preços Buscapé e Zoom.

2. Dispositivos móveis

Previsão: “As pessoas irão usar pequenos dispositivos para se manterem constantemente em contato e fazerem negócios eletronicamente, de onde quer que estiverem. Elas poderão, ainda, ler notícias, ver voos reservados, obter informações sobre mercados financeiros e fazer praticamente tudo nesses dispositivos.”

O que existe hoje: smartphones, smartwatches, alto-falantes como o Amazon Echo e até óculos de realidade aumentada, como o HoloLens, que oferecem aos usuários uma maneira de ter informações à mão em todos os momentos.

3. Pagamentos instantâneos, financiamento on-line e melhores cuidados de saúde pela web

Previsão: “Será possível pagar contas, cuidar das finanças e se comunicar com os profissionais de saúde pela internet.”

O que existe hoje: a tecnologia ainda não mudou os serviços de saúde da mesma forma como o fez com o transporte (por meio do Uber), mas muitos sites de convênios e serviços médicos buscam facilitar a localização de um profissional e fazer o agendamento. Startups têm tentado mudar (com relativo sucesso) o conceito de consultório médico com assinaturas mensais para assistência médica on-line e com base em dados. Além disso, também é possível fazer pagamentos facilmente por meio de sites e aplicativos como o PayPal e serviços como o Nubank, por exemplo.

4. Assistentes pessoais e internet das coisas

Previsão: “Assistentes pessoais serão desenvolvidos. Eles conectarão e sincronizarão todos os dispositivos do usuário de maneira inteligente, seja em casa, seja no escritório, e permitirão a troca de dados. O dispositivo verificará o e-mail e, em seguida, apresentará automaticamente as informações importantes. Quando for ao supermercado, será possível dizer quais receitas quer preparar para que o sistema crie uma lista dos ingredientes necessários. Além disso, ele irá informar todos os dispositivos do usuário sobre as compras e a agenda, para que eles se ajustem automaticamente.”

O que existe hoje: assistentes de voz virtual, como o Google Assistant e o Amazon Alexa, já se movem nessa direção e oferecem uma maneira personalizada de obter informações apenas perguntando em voz alta. Enquanto isso, dispositivos inteligentes (como o termostato principal da Nest) coletam dados de rotinas diárias e ajustam automaticamente a temperatura da casa.

5. Monitoramento residencial on-line

Previsão: “O constante fluxo de vídeo de uma casa se tornará comum e até avisará o usuário remotamente quando alguém o visitar e ele não estiver em casa.”

O que existe hoje: isso é cada vez mais comum — empresas como a Canary, a Amazon’s Ring, a Netgear e Nest, que é prima do Google, têm câmeras que pode visualizar o feed do telefone e enviam alertas quando há alguém na frente da câmera da porta da casa.

6. Mídias sociais

Previsão: “Sites privados para amigos e familiares serão comuns e permitirão que os participantes conversem, interajam e planejem eventos.”

O que existe hoje: ‘Sites privados’ não aconteceram, mas o Facebook, o WhatsApp, o Instagram, o Snapchat, o Line, o Slack e muitos outros aplicativos oferecem uma maneira fácil de manter contato com grupos grandes e pequenos.

7. Ofertas promocionais automatizadas

Previsão: “Haverá softwares que sabem quando o usuário reservou uma viagem e usam essa informação para recomendar atividades no destino. Eles vão sugerir descontos, ofertas e preços mais baixos para tudo aquilo que o viajante deseja fazer.”

O que existe hoje: sites de viagens, como Expedia, Kayak, Trivago e outros indicam ofertas com base em dados de compra anteriores do usuário. O Google e o Facebook apresentam anúncios promocionais com base na localização e nos interesses do usuário. O Airbnb, que permite hospedagem em residências em vez de hotéis, oferece passeios especializadas no destino para que o visitante viva como um morador local.

8. Sites de discussão de esportes ao vivo

Previsão: “Enquanto o espectador assiste a uma competição esportiva na televisão, os serviços permitirão que ele discuta a partida ao vivo e participe de concursos para votar em quem acha que vai ganhar.”

O que existe hoje: o Facebook e o Twitter permitem que os fãs de esportes discutam as partidas. As duas redes sociais já até se interessaram em transmitir esportes: o Facebook exibiu jogos da MLB, enquanto o Twitter transmitia partidas selecionadas da NFL e da MLS.

9. Publicidade inteligente

Previsão: “Os dispositivos terão publicidade inteligente: eles conhecerão as tendências de compra do consumidor e exibirão anúncios personalizados de acordo com suas preferências.”

O que existe hoje: basta olhar os anúncios no Facebook, no Instagram ou no Google para perceber que a publicidade on-line depende da capacidade desses serviços de segmentar anúncios e, assim, torná-lo personalizados para interesses e demografias específicos.

10. Links para sites em transmissões ao vivo na TV

Previsão: “A transmissão televisiva incluirá links para websites e conteúdos relevantes que complementam o que a audiência está assistindo.”

O que existe hoje: quase todos os comerciais hoje têm texto que pede que o espectador vá a um site, acompanhe a empresa no Twitter ou digitalize um código QR. É raro ver uma transmissão sem um site vinculado. Nas smart TVs, essa função é acessada pelos botões coloridos.

11. Fóruns de discussão on-line

Previsão: “Residentes de uma cidade ou país poderão ter discussões na internet sobre questões que os afetam, como política local, planejamento urbano ou segurança.”

O que existe hoje: além do que o Facebook e o Twitter oferecem em termos de discussão política, vários aplicativos têm o objetivo de ajudar os moradores a se conectarem uns com os outros e discutirem questões locais. No Brasil, por exemplo, existe o Cidadera, plataforma que permite que qualquer pessoa aponte problemas — como buracos nas ruas, entulho e falta de iluminação.

12. Sites on-line baseados em interesses

Previsão: “As comunidades on-line não serão influenciadas por sua localização, mas sim por seu interesse.”

O que existe hoje: os tipos de sites de notícias e as comunidades on-line se concentram em tópicos únicos. Muitos se expandiram para incluir verticais separados e oferecer cobertura mais detalhada sobre determinados tópicos. O Reddit é um ótimo exemplo de site dividido em subgrupos — os “subreddits” —, que se concentram em interesses e não em quem se conhece ou onde se está.

13. Software de gerenciamento de projetos

Previsão: “Os gerentes de projeto que quiserem montar uma equipe poderão, on-line, descrever o projeto para receber recomendações de profissionais disponíveis que atendam às suas necessidades.”

O que existe hoje: toneladas de software de fluxo de trabalho no espaço corporativo, como Slack, Asana e Trello, já revolucionam a forma como as pessoas recrutam, formam equipes e atribuem trabalho a outros. Enquanto isso, empresas como Fiverr e Gigster ajudam a conectar especialistas e pequenas empresas com o talento criativo de que precisam para um projeto.

14. Recrutamento on-line

Previsão: “Quem estiver à procura de trabalho, poderá encontrar oportunidades on-line ao declarar seus interesses, suas necessidades e suas habilidades especializadas.”

O que existe hoje: sites como o LinkedIn — agora, uma subsidiária da Microsoft — permitem que os usuários enviem seus currículos e encontrem empregos com base em interesses e necessidades. Além disso, os recrutadores podem pesquisar com base em habilidades específicas.

15. Software para comunidades de negócios

Previsão: “As empresas poderão encontrar trabalho on-line — um projeto de construção, uma produção cinematográfica ou uma campanha publicitária. Isso será possível tanto para grandes organizações que querem terceirizar trabalhos, como para aquelas que procuram novos clientes e as que não têm um fornecedor para determinado serviço.”

O que existe hoje: não há um espaço único para empresas encontrarem trabalho. No entanto, muitos serviços, chamados de “economia gig”, como Upwork e Fiverr, permitem que freelancers e pequenas empresas encontrem clientes. Enquanto isso, no Brasil, o GetNinjas é um dos locais favoritos para pequenas empresas se conectarem umas com as outras e encontrarem projetos.

Colaboração para o Olhar Digital

Rene Ribeiro é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital