O presidente da República, Jair Bolsonaro, afastou qualquer possibilidade de fazer uma regulamentação da mídia no país. Ele, inclusive, citou as redes sociais como veículo de mídia excluído de possibilidade de regulação.
“Em meu Governo a chama da democracia será mantida sem qualquer regulamentação da mídia, aí incluída as sociais”, disse o presidente em sua conta no Twitter, hoje (5).
A regulação da mídia chegou a ser tema de discussões em 2015, no governo da ex-presidente Dilma Rousseff. À época, o governo entendia que a medida democratizaria a comunicação e combateria oligopólios e monopólios no setor. O debate, no entanto, não foi à frente.
Ainda em sua conta no Twitter, ele escreveu que recomenda “um estágio na Coreia do Norte ou em Cuba” para quem defender uma espécie de controle do conteúdo divulgado.
A publicação, de acordo com assessores presidenciais, foi uma resposta a críticas feitas nas redes sociais a uma declaração do ministro da Secretaria de Governo, Carlos Santos Cruz. Ele concedeu entrevista no início de abril à rádio Jovem Pan na qual comentou sobre a necessidade de evitar distorções nas redes sociais. Ele afirmou ainda que a influência das mídias sociais é benéfica, mas também pode “tumultuar”. Para ele, é necessário ter cuidado com a sua utilização, evitando ataques e o seu uso como “arma de discórdia”.
O que se seguiu foi uma série de posts da família Bolsonaro sobre o assunto. O deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) resgatou um discurso dele sobre o assunto e escreveu: “Mesmo ao falar de uma fake news contra Bolsonaro sempre defendemos a não regulamentação da internet ou da imprensa. A melhor pessoa para fazer esse filtro é você”. Cerca de uma hora depois, Carlos Bolsonaro, filho que acessa as redes do presidente, postou: “A internet ‘livre’ foi o que trouxe Bolsonaro até a Presidência e graças a ela podemos divulgar o trabalho que o governo vem fazendo! Numa democracia, respeitar as liberdades não significa ficar de quatro para a imprensa, mas sempre permitir que exista a liberdade das mídias!”.
Fontes: Agência Brasil / Folha de São Paulo