No último dia 17, foi apresentado à Assembleia Legislativa de Santa Catarina um projeto de lei que visa proibir testes e instalação de antenas 5G. Seu autor, o deputado Marcius Machado (PR), alegou que a rede de quinta geração traz prejuízos à saúde e, para provar isso, usou um vídeo disponível no YouTube. O problema é que, ao que tudo indica, o conteúdo do vídeo é falso; não há qualquer evidência ou comprovação científica de que o 5G prejudique seres vivos. Em entrevista ao UOL Tecnologia, Leonardo Euler de Morais, presidente da Agência Nacional das Telecomunicações (Anatel), comentou o caso.
“Eu acho que qualquer receio social em relação à radiação ionizante é legítimo, mas as pessoas têm que se preocupar também com as fake news, que são um grande problema. Essas fake news têm incentivado ideias e projetos”.
A chegada do 5G no mundo e em território nacional é um evento inegável, seja a médio ou longo prazo. Nesse sentido, a Anatel se movimenta para combater a desinformação e tornar a instalação da tecnologia mais fácil — vide o fato de que, segundo a Constituição, é responsabilidade de cada município legislar sobre o uso de seu solo; cada prefeitura tem uma legislação própria para instalação de antenas.
Morais tem visitado cidades para convencer representantes municipais sobre a importância do 5G e elucidar outras questões. “Vou junto com técnicos e mostro, por exemplo, fotos do hospital do câncer em Londres, com muitas antenas na frente, do prédio da Organização Mundial da Saúde (OMS), que também tem muitos sites na frente”. A ação busca mostrar que autoridades que trabalham pela saúde a nível mundial não reconhecem antenas 5G como um risco.
Outro apelo a favor da instalação da rede de quinta geração, segundo Morais, é o econômico. “Quando se deixa de autorizar a instalação de uma antena, você não só perde em termos de cobertura e qualidade, o próprio município perde investimentos que poderiam ser realizados ali”, afirma.
Via: UOL Tecnologia