No início de dezembro, você viu aqui no Olhar Digital que o Google está trabalhando cada vez mais incisivamente para “converter” usuários do Gmail para o aplicativo Inbox. Mas quais são as vantagens do app sobre o seu antecessor? Usamos o serviço por uma semana e a nossa conclusão é de que o Inbox é mesmo o futuro do e-mail.
Por quê? Bem, especialmente por conta do esforço do Google em criar um aplicativo que fosse totalmente diferente dos serviços de e-mail que já conhecemos. Desde o Microsoft Outlook, passando pelos mais famosos e mais obscuros provedores de correio eletrônico na web, as caixas de entrada são quase sempre variações do mesmo design.
O Inbox oferece uma experiência realmente nova, em vez de apenas adicionar novos recursos. No lugar de uma lista de mensagens atualizadas automaticamente, o aplicativo lida com seus e-mails de forma inteligente, “pensando” nas diferentes formas como o usuário interage com seus contatos.
Um bom exemplo é o famoso recurso “marcar como lida”, que não existe no Inbox. No app, cada nova mensagem é tratada como o início de uma tarefa ou conversa. Sendo assim, você pode marcar e-mails que não te interessam como assuntos “concluídos”, em vez de apenas amontoar mensagens sem importância em meio àquelas que realmente importam.
Você também pode criar lembretes e adiar para mais tarde a solução de algum e-mail que você recebeu. Isso torna a interação menos robótica e mais dinâmica, de acordo com as necessidades do usuário. Talvez você receba um convite para um evento que só vai acontecer em duas semanas, por exemplo – em vez de marcar aquele e-mail como lido e esquecer-se totalmente dele, o Inbox permite criar um alerta para que você o abra novamente mais tarde, quando o momento for oportuno.
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Tudo isso aliado à inteligência artificial do app, que não só completa campos como “assunto” e “destinatário” automaticamente, mas também identifica seus contatos mais frequentes e deixa-os em uma área de fácil acesso. Além disso, também agrupa automaticamente os e-mails recebidos em categorias pré-determinadas ou pastas personalizadas. Tanto no smartphone quanto no PC.
No entanto, tudo isso vem com um lado negativo, de modo que a maior qualidade do Inbox também pode ser sua principal fraqueza. Ao “revolucionar” nossa maneira de nos relacionar com a caixa de entrada, o aplicativo se arrisca a mudar um hábito que foi alimentado ao longo de décadas pela internet.
Afinal, desde os primórdios da rede mundial de computadores, pouca coisa mudou em relação aos serviços de e-mail – com exceção de um ou outro novo recurso e alterações discretas no design de um modo geral. Por conta disso, o primeiro contato com o Inbox gera muito estranhamento, e pode ser realmente complicado se acostumar com a nova dinâmica.
Portanto, embora o Inbox possa ser considerado o “futuro” dos serviços de e-mail, depende de cada usuário se dispor a embarcar nesse futuro agora ou deixar para depois. Se o Gmail é uma parte importante da sua vida, consumindo um bom tempo do seu trabalho ou estudos, o Inbox pode ser muito bem-vindo. Mas se você só abre sua caixa de entrada esporadicamente, talvez ainda seja cedo para aceitar uma mudança tão radical.
O Inbox está disponível gratuitamente para usuários dos sistemas Android e iOS, ou pelo navegador.