Pesquisadores do MIT criam roupas com eletrônica embarcada

Nano componentes e novo processo para criar fibra óptica permite tecer roupas que se comunicam entre si
Rene Ribeiro04/12/2018 23h14, atualizada em 05/12/2018 12h20

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Pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) “confeccionaram” uma roupa inteligente que pode se comunicar opticamente com outros dispositivos e também servir como sistema de monitoramento.

Os cientistas incorporaram dispositivos semicondutores optoeletrônicos de alta velocidade e diodos emissores de luz (LEDs) dentro das fibras, possibilitando a produção de roupas que “se comunicam”.

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Pela primeira vez, cientistas produziram fibras com eletrônica embarcada, que são tão flexíveis a ponto de tecer roupas. Foto: MIT

O projeto foi liderado pelo estudante do MIT, Michael Rein, e seu orientador de pesquisa, o professor de ciência dos materiais e engenharia elétrica, Yoel Fink. Rein espera que a inovação possa estimular o que ele chama de “Lei de Moore” de tecnologia vestível. A Lei de Moore tem sido o padrão de ouro na eletrônica e recebeu o nome do co-fundador da Intel, Gordon Moore, que previu mudanças maciças na indústria para microchips.

Como este tecido inteligente foi criado

1. Fibras ópticas têm sido tradicionalmente produzidas por meio de um objeto cilíndrico chamado ‘pré-forma’ – que é essencialmente um modelo ampliado da fibra – e que é aquecido posteriormente.

2. O material que acaba ficando elástico, ou amolecido, é então esticado sob tensão constante e a fibra resultante é enrolada em um carretel.

3. A inovação para produzir essas novas fibras conectadas foi adicionar diodos semicondutores emissores de luz do tamanho  de grãos de areia, além de um par de fios de cobre que são uma fração da largura de um fio de cabelo.

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A fibra de tecido com LEDs embutidos é tão fina que pode passar pelo buraco de uma agulha. foto: MIT

4. Quando aquecido em um forno durante o processo de estiramento da fibra, a pré-forma do polímero é parcialmente liquefeita, formando uma fibra longa com os diodos alinhados ao longo de seu centro e conectados pelos fios de cobre. A fibra fica tão fina, que pode tecer uma roupa e, melhor ainda: é a prova de água.

5. Neste caso da roupa conectada, os componentes sólidos eram dois tipos de diodos elétricos feitos a partir da tecnologia de microchip padrão: LEDs e diodos fotossensíveis.

O processo final, com a fibra de tecido pronta com os LEDs embutidos. fonte: MIT

6. As fibras resultantes foram então confeccionadas em roupas, que foram lavadas 10 vezes para demonstrar ser um material possível para o vestuário.

Fink disse que “as aplicações iniciais das fibras serão produtos especializados nas áreas de segurança e comunicações. Será o primeiro sistema de comunicação feito por meio de roupas. “Estamos agora no processo de transição da tecnologia para fabricantes e indústrias a uma velocidade e escala sem precedentes ”.

Os cientistas do MIT  afirmaram que, além das comunicações, as fibras também têm importantes aplicações no campo biomédico. Elas podem ser usadas para desenvolver um bracelete de tecido que se molde com a capacidade de medir os níveis de de oxigênio no sangue, ou uma bandagem para monitoramento contínuo do processo de cicatrização, além de monitorar como uma nova droga está agindo nas células para curar uma determinada doença.

Quando o primeiro produto estará no mercado?

“Os primeiros produtos comerciais que incorporam esta tecnologia estarão chegando ao mercado já no próximo ano – uma progressão extraordinariamente curta entre a pesquisa de laboratório para comercialização em massa”, disse Yoel Fink.

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Colaboração para o Olhar Digital

Rene Ribeiro é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital