Pesquisadores desenvolvem robô que cria música imitando compositor clássico

Redação23/12/2016 17h43

20161223154559

Compartilhe esta matéria

Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

Os pesquisadores Gaetan Hadjeres e François Pachet do laboratório de ciências da computação da Sony em Paris criaram uma inteligência artificial capaz de criar peças musicais que imitam o estilo do compositor barroco Johann Sebastian Bach. No artigo científico no qual detalharam sua criação, os dois pesquisadores chamaram o sistema de “DeepBach”.

Foram utilizados métodos de aprendizagem de máquina (como redes neurais) para alimentar o sistema com grandes quantidades de dados estruturados. Esses dados, no caso, foram os 389 corais compostos por Bach durante sua vida. Em seguida, eles usaram a máquina para gerar uma nova composição com base nos dados que ela havia recebido. O resultado pode ser visto abaixo:

Um compositor ideal para ensinar robôs

Os responsáveis pela criação do sistema foram os mesmos que criaram a inteligência artificial que compôs uma música no estilo dos Beatles. De acordo com o The Verge, a música de Bach, porém, era quase perfeita para esse tipo de experimento. Ele foi incrivelmente prolífico ao longo de sua vida, e suas composições tinham estruturas fixas, que seguiam uma série de padrões e formalidades do estilo barroco.

Dentro da música de Bach, os corais eram o conjunto de composições mais adequado a esse tipo de trabalho. Eles consistem em peças para coro com quatro linhas melódicas de vozes. Como a instrumentação é sempre a mesma (quatro linhas melódicas) e como Bach compôs 389 corais, havia bastante material estruturado para treinar a inteligência artificial.

Criatividade artificial

Ainda assim, o “DeepBach” ainda tem algumas limitações que o distanciam de compositores reais. Mais notavelmente, ele só é capaz de compor mantendo o mesmo tom e a mesma formula rítmica ao longo de toda a composição. Mesmo com essas insuficiências, contudo, ele pode ser um passo importante no sentido de criatividade computacional.

Uma vez finalizado o sistema, os pesquisadores criaram também um teste no qual participantes podem ouvir dez trechos de composição e opinar se eles foram compostos por Bach ou pelo sistema. O teste pode ser feito por meio deste link.

Trata-se de um ramo que vem crescendo bastante nos últimos anos, graças em parte aos métodos de aprendizagem de máquina que permitem esse tipo de treinamento. O Google, por exemplo, já criou um projeto chamado Magenta que tem como objetivo ensinar computadores a fazer arte. O sistema do Magenta já chegou também a compor uma música. Ainda em 2016, produtores fizeram um curta-metragem com base em um roteiro escrito por uma inteligência artificial treinada de maneira semelhante.

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital