Cientistas da Escola Politécnica Federal de Lausanne (EPFL) criaram um “dedo biônico” que permite que pessoas sem essa parte do corpo sintam a forma e diferenciem texturas de objetos e superfícies. Segundo um dos usuários que testaram a prótese, as sensações são quase idênticas às sentidas pela sua própria mão.

O dedo prostético pode ser conectado às terminações nervosas das mãos ou braços de pessoas que sofreram amputações. Ele contém sensores que detectam a superfície dos objetos com os quais entram em contato, e transmitem essa informação aos nervos do usuário como um sinal elétrico. Os nervos então levam esse sinal até o cérebro, que o “traduz” para determinar a textura da superfície sentida.

Segundo Dennis Aabo Sørensen, um dos primeiros a testar a prótese “o etsímulo era quase como o que eu sentiria com a minha mão”. Sørensen disse ainda sentir a mão amputada, “ela está sempre fechada. Eu senti as texturas na ponta do dedo indicador da minha mão-fantasma”, disse. O vídeo abaixo (em inglês) mostra mais detalhes do experimento:

Simulando toques

Outra descoberta interessante do projeto foi que essa técnica também pode ser usada para transmitir sensações de toque e textura a pessoas que não sofreram amputações. Num teste separado, os sinais elétricos gerados pelo sensor foram transmitidos por meio de agulhas temporariamente ligadas aos nervos medianos do braço através da pele. Em 77% dos casos, pessoas sem amputações conseguiram diferenciar a textura dos objetos.

Segundo dados coletados por eletroencefalogramas dessas pessoas, os sinais coletados pelo sensor estimularam a mesma região do cérebro que teria sido estimulada caso se tratasse de um toque “real”. Além de permitir a criação de próteses que forneçam a sensação de toque, essa tecnologia também possibilita o desenvolvimento de robôs cirúrgicos (ou industriaias) que conseguem distinguir texturas.