Pesquisadores alcançam padrão de criptografia parcialmente inquebrável

Método de ofuscação indistinguível (iO) vinha sendo pesquisado por cientistas da computação há quase duas décadas e, finalmente, alcançou um resultado sólido e aplicável na prática
Da Redação24/11/2020 17h50, atualizada em 29/11/2020 13h00

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Um grupo de cientistas da computação pode ter alcançado uma solução de criptografia considerada ‘inquebrável’ para o modelo de processamento existente em computadores da atualidade. O método de ofuscação indistinguível (iO) vem sendo estudado desde o início do século, e até hoje nenhum avanço concreto sobre sua viabilidade havia sido atestada cientificamente.

A ofuscação indistinguível é um processo que consiste em criptografar partes específicas e desejadas de um programa. Isso tornaria estas áreas do código inacessíveis aos usuários que fossem utilizar a aplicação normalmente, ou que tentassem acessar detalhes com o objetivo de extrair informações ou mesmo roubá-las.

Este seria o caso, por exemplo, de aplicativos bancários que não possuam sistemas de criptografia de senha, ou queiram ofuscar alguma ferramenta específica para o acesso de um determinado usuário. A solução seria de grande valia para programas empresarias, com acessos determinados para diferentes níveis.

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A ofuscação indistinguível é uma forma ‘inquebrável’ de criptografar parte de um código. Foto: RawPixel.com/Shutterstock

As pesquisas de desenvolvimento de uma forma prática de utilização da ofuscação indistinguível, entretanto, demoraram para apresentar resultados sólidos. Os pesquisadores afirmam que nenhum desenvolvimento, durante muito tempo, obteve resultado satisfatório, se mostrando facilmente hackeável em pouco tempo de uso. “Os [programas] que surgiram na vida real foram ridiculamente quebrados: normalmente, em poucas horas após serem liberados no ambiente virtual.”, afirmou Amit Sahai, professor de ciências da computação da Ucla.

Desde 2013, Sahai e outros cientistas vêm desenvolvendo um método de criptografia em iO que é promissor. Trata-se de um processo que quebra o código de um programa em cinco porções, e os criptografa unicamente, utilizando-se de equações polinomiais para garantir a segurança.

Ao longo dos últimos anos, o estudo se aprimorou. O uso de polinômios mais complexos e de suposições matemáticas que enganam os computadores conseguiu garantir a criptografia por iO. Para a comunidade científica, trata-se da ‘joia da coroa’ deste ramo da computação, podendo abrir todo um novo campo de estudos e desenvolvimento de aplicações. “É realmente a joia da coroa. Após conseguirmos isso, podemos obter essencialmente tudo.”, afirmou Rafael Pass, da Cornell University.

Fonte: Wired

Colaboração para o Olhar Digital

Da Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital