Pesquisadores da Universidade de Iowa, nos EUA, têm pressionado o Twitter por maior empenho e eficácia no combate a contas falsas. Esses perfis geralmente são responsáveis por espalhar desinformação e fake news, que poluem a plataforma.

Dois deles, os professores Zubair Shafiq e Shehroze Farooqi, construíram uma ferramenta que ajuda a automatizar a identificação de tweets problemáticos ou enganosos. Com o dispositivo, a dupla concluiu que há mais de 167 mil aplicativos conectados ao serviço, usando a interface de programação de aplicações (API) do Twitter. Segundo eles, os apps espalham desinformação, spam e vírus.

Os aplicativos que se conectam à API são de terceiros, serviços usados dentro da plataforma, mas com criadores diferentes. Essa parece ser uma maneira muito fácil de disseminar tuítes de baixa qualidade na rede. Em uma demonstração ao site Wired, Shafiq e Farooqi descobriram os aplicativos EarnCash e La App de Escorts, que enviavam mensagens ativamente.

No entanto, o Twitter age apenas para encerrar contas que publicaram pelo menos mais de 100 vezes, afirmam os pesquisadores. Isso significa que o modo de agir da rede social antes de tomar alguma providência facilita o envio em massa de milhões de mensagens falsas, o que prejudica a qualidade da comunicação da rede.

Em declaração à Wired, que relatou o estudo, o Twitter contestou que os pesquisadores não têm “uma imagem precisa” de como a empresa opera. Contra a defesa do Twitter, Shafiq e Farooqi argumentam ter identificado cerca de 93% dos aplicativos muito mais rapidamente do que a rede social, de acordo com as informações da empresa sobre contas falsas a que eles têm acesso.

O que diz o Twitter?

A rede social anunciou queda de 16% de denúncias de contas abusivas e enganosas em relação ao ano passado. Ao mesmo tempo, teve grande aumento na lucratividade nos três últimos meses e arrecadou US$ 909 milhões.

O Twitter também informa que investiu na compra de software de moderação e verificação automáticas de mensagens, como o Smyte. Para a empresa, essa é uma forma eficiente de combater a desinformação na plataforma. Já para os professores, a companhia precisa fazer mais para atingir o objetivo de melhorar a saúde da conversa on-line.