Apesar da indústria de entretenimento igualar a pirataria a qualquer outro crime, muitos usuários não se sentem infratores quando baixam algum conteúdo ilegalmente na internet. Estudando esses casos, cientistas australianos conseguiram identificar os motivos pelos quais as pessoas não se sentem culpadas por realizar tais ações.

O estudo foi publicado por Robert Eres, estudante de PhD no laboratório de Neurociência do Instituto Monash, e coordenado pelo Dr. Pascal Molenberghs. Os pesquisadores investigaram o que acontece dentro do cérebro de uma pessoa quando ela pirateia conteúdos digitais e compararam a ação com o roubo de um produto físico.

Através de um questionário, os pesquisadores identificaram que as pessoas estão mais propensas a se apropriar de itens não tangíveis, ou seja, objetos que não possuem corpo físico, descartando, assim, o custo ou risco que a atitude possa oferecer. A partir daí, os estudos analisaram as imagens cerebrais associadas à atividade de roubar objetos virtuais.

Os pesquisadores avaliaram como os participantes se sentiam ao imaginar que estariam obtendo legalmente e ilegalmente as versões físicas e digitais de um conteúdo. Descobriu-se, então, que quando eles imaginavam roubar algo tangível, o cérebro sofre uma ativação maior em seu córtex frontal orbital lateral, que está associado, entre outras coisas, à sensibilidade moral.

A pesquisa conclui que as pessoas avaliam de forma muito diferente em seus cérebros os objetos tangíveis e os intangíveis. Para um dos responsáveis pelo estudo, as pessoas sentem menos culpa ao cometer um ato de pirataria porque tem mais dificuldade de compreender o roubo de um objeto que não é físico.

O chefe da pesquisa disse ainda que, evolutivamente, os humanos têm interagido mais com objetos físicos do que digitais, principalmente no que diz respeito à sensação de propriedade. Os pesquisadores acreditam que o estudo pode nortear implicações para outras áreas da vida on-line.

Via TorrentFreak.