Você gostaria de dar uma volta em um carro que se dirige sozinho? Se sim, saiba que você está em minoria. Ao menos é isso que indicou uma pesquisa feita pela Gartner, que entrevistou mais de 1.500 pessoas entre abril e maio de 2017 na Alemanha e nos Estados Unidos.
De acordo com o levantamento, 55% das pessoas sequer considerariam andar em um carro totalmente autônomo. Se o carro for apenas parcialmente autônomo, o cenário muda: 71% das pessoas pensaria no assunto, pelo menos. O motivo para isso, como seria de se esperar, são receios relacionados a segurança e falhas da tecnologia.
Mais especificamente, segundo o diretor de pesquisa da Gartner Mike Ramsey, “o medo de que os carros autônomos fiquem confusos em uma situação inesperada, preocupações de segurança acerca do equipamento e o medo de que o carro ou seu sistema sejam invadidos estão entre as principais preocupações em torno dos veículos autônomos”.
Quanto mais tecnologia você tem, mais você quer
Um dado interessante que a pesquisa revelou foi que pessoas que usam serviços de chamar carros pelo celular (como Uber ou 99) têm maior probabilidade de aceitar andar em um carro total ou parcialmente autônomo. Elas são até mesmo mais propensas a comprar um carro com essas tecnologias. Segundo Ramsey, isso indica que “esses usuários mais evoluídos de métodos de transporte estão mais abertos ao conceito de carros autônomos”.
Naturalmente, o número de pessoas que não aceitaria andar em um carro autônomo é um dado interessante para a indústria. Espera-se que o mercado de veículos que se dirigem sozinhos movimente até US$ 25 trilhões nas próximas décadas, e as empresas estão investindo com isso em mente. Mas, de acordo com a empresa, a mentalidade das pessoas deve mudar nos próximos anos.
“A indústria automotiva está investindo em novas tecnologias de segurança e conveniência num ritmo que não se via desde o surgimento dos primeiros carros”, diz Ramsey. Por conta disso, ele acredita que “a experiência de ter e dirigir um carro será dramaticamente diferente daqui a 10 anos”.
Há também um dado interessante sobre a compra de carros na pesquisa. Dentre os respondentes que tinham carro próprio e uma vaga de estacionamento disponível para ele, metade disse que sequer pensaria em vender seu carro e usar apenas serviços como o Uber, mesmo que isso lhes rendesse uma economia de 75% nos custos de transporte. O principal motivo dado por eles foi a capacidade de sair a qualquer momento, seguido pela confiança e a segurança do próprio carro e da própria direção.