Uma pesquisa divulgada recentemente pela Universidade de Nova York (NYU) analisou as estratégias empregadas por equipes de marketing nas campanhas de Donald Trump e Joe Biden ao cargo de presidente dos Estados Unidos. O resultado mostra grande personalização dos conteúdos baseados no perfil de cada usuário.

Para realizar a pesquisa, o Ad Observatory Lab, departamento da universidade responsável pelo trabalho, forneceu um plugin gratuito para navegadores de usuários voluntários na pesquisa. Ao todo, mais de seis mil usuários se voluntariaram, e o número foi suficiente para que o grupo de pesquisadores conseguisse chegar a conclusões sobre práticas de publicidade digital nas campanhas eleitorais dos Estados Unidos.

A utilização do Facebook como plataforma de criação de anúncios digitais ainda é uma grande realidade. Somados os investimentos dos dois candidatos, o montante investido ultrapassa os US$ 150 milhões, que são segmentados de maneira específica para cada propósito de marketing dos candidatos.

Reprodução

Plataforma de anúncios do Facebook segue sendo essencial para eleições dos EUA. Foto: PixieMe/Shutterstock

A pesquisa relata que as campanhas publicitárias digitais estão trabalhando de maneira muito variada, com objetivos de converter votos entre grupos específicos, baseados em regiões, etnia e interesse, e também em atingir apoiadores partidários para realizar doações. “As campanhas instruem o Facebook a mostrar seus anúncios a grupos de interesse, como pessoas com probabilidade de se envolver com conteúdo político (liberal), grupos demográficos como mulheres casadas no Maine ou até mesmo para eleitores individuais, especificados pelo nome.”, informa a pesquisa.

Grande segmentação

Tanto Biden quanto Trump utilizaram mais recursos na busca por doações eleitorais, totalizando quase metade de todo o valor investido por ambos em ações digitais. O candidato republicano também investiu uma grande porção do dinheiro em se tornar mais conhecido pelo público.

É possível perceber também que Trump é o grande assunto dos anúncios, tanto para democratas quanto para republicanos. Durante o mês de outubro, seu nome teve mais citações que o de seu concorrente, ou mesmo das eleições na totalidade.

A pesquisa também mostra que as segmentações de público utilizadas pelas equipes de marketing variou de maneira drástica nas campanhas. Em alguns casos, anúncios abrangentes, que apenas segmentavam a idade do público entre 18 e 65 anos, foram utilizados para persuasão de voto. Na arrecadação de fundos, no entanto, houve maior atenção e cuidado em especificar a audiência de maneira  extremamente específica. Os grupos foram separados por interesses, idade e inclusive pelo próprio nome de cada pessoa.

Fonte: Technology Review