Em pesquisa publicada pela Universidade do Texas em julho deste ano, cientistas anunciaram o desenvolvimento de baterias de íon-lítio sem a presença de cobalto, material tóxico e poluente, amplamente presente em produtos eletrônicos.

A produção científica americana trouxe uma alternativa viável para toda a indústria: um cátodo rico em níquel. A composição química mantém densidade de energia ligeiramente semelhante e o mesmo potencial de ciclos de recarga que as baterias com presença de cobalto.

Material menos tóxico

A grande diferença entre os dois está no impacto destes materiais no meio ambiente. Atualmente, o cobalto está amplamente presente na fabricação pilhas, baterias e outros componentes que utilizamos em nosso cotidiano: desde os mais simples produtos eletrônicos até sistemas mais elaborados, como sondas enviadas ao espaço.

“Um número significativo de pessoas diz que o cobalto é essencial e que, caso seja removido, não será possível obter o mesmo tipo de desempenho. Somos os primeiros a mostrar que é possível eliminar o cobalto sem comprometer a função do material”, afirma o dr. Arumugam Manthiram, da Universidade do Texas, em entrevista ao portal Wired.

Aplicação no mercado

Para o diretor do Laboratório de Baterias da Universidade do Michigan, Greg Less, o trabalho “demonstra grande promessa” para o mercado. “Uma alternativa livre de cobalto que pode competir com eletrodos contendo este material é muito animador”, disse em entrevista.

A utilização dos cátodos ricos em níquel tornaria a produção e utilização de eletrônicos mais limpa e menos danosa para todo o meio ambiente. Em termos de mercado, a adoção desta nova tecnologia é plenamente viável e pode estar disponível para consumo comercial dentro de alguns anos; é o que espera o dr. Manthiram. O pesquisador não perdeu tempo e fundou a TexPower: startup que pretende inserir o cátodo de níquel nos mercados de tecnologia em todo o mundo.

Outros nomes do mercado estão atentos e interessados na implementação desta nova tecnologia em processos eletrônicos, que seriam de grande valia para o cumprimento de acordos de redução de poluição e preservação do meio ambiente. A indústria automotiva vê com receio a escassez do material tóxico, e se espera que a montadora Tesla traga baterias com baixa concentração de cobalto, dentro de pouco tempo.

Fonte: Wired