No mês passado, uma fornecedora de suplementos probióticos exigiu que os influenciadores que divulgam seus produtos passassem por um curso rápido sobre o tema antes de endossarem seus produtos. Batizado de Seed University, o workshop virtual via Instagram instrui sobre a ciência dos microbiomas e probióticos. Objetivo é fornecer conhecimento para que os blogueiros façam indicações de medicamentos e substâncias com mais responsabilidade.

Disponibilizadas gratuitamente na conta intitulada Seed University, as ferramentas do Instagram são usadas para o oferecimento das aulas. Há links, gifs, enquetes, emojis, vídeos, músicas incorporadas e gráficos. Tudo isso dividido em 6 destaques e stories no perfil da rede social.

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O “curso de biologia acessível” foi desenvolvido por uma equipe de especialistas em ciência da computação, médicos e cientistas, incluindo o Dr. Gregor Reid, pesquisador de probióticos que presidiu um painel da ONU/Organização Mundial de Saúde (OMS) sobre o tema. 

A cofundadora da empresa, Ara Katz, diz que o curso é uma tentativa de promover uma “influência responsável” nas mídias sociais. “A desinformação, composta por um viés de confirmação, apesar das melhores intenções, é alimentada por algoritmos otimizados para likes e cliques — não para a verdade”, escreveu.

Divulgação de desinformação no Instagram

Ao contrário do que acontece na publicidade em canais tradicionais, como rádio ou TV, o policiamento das redes sociais de influenciadores representa um grande desafio. Além da enorme quantidade de blogueiros, o limite de caracteres das postagens nessas plataformas torna divulgações ou explicações longas mais difíceis de impor. Tudo isso contribui para um cenário propício para a disseminação de desinformação.

O Instagram reconhece publicamente problema. No início de 2019, a plataforma começou a esconder hashtags questionáveis ​​sobre vacinas e transtornos alimentares. Além disso, prometeu vasculhar a rede em busca de informações sobre saúde que são contestadas por agências oficiais e pela OMS.