O papa Francisco disse, nesta quinta-feira (14), que executivos e investidores de empresas de tecnologia devem ser responsabilizados caso coloquem o lucro à frente da proteção das crianças, o que inclui o acesso fácil à pornografia na internet. As informações são da Reuters.

O pontífice falou no início de uma conferência no Vaticano, intitulada “Promovendo a Dignidade Infantil Digital”. A conferência reuniu empresas como Google, Apple, Facebook e Microsoft, além de grupos de proteção infantil, autoridades judiciais e da aplicação das leis. O evento contou também com a presença da rainha Silvia da Suécia, ativista de longa data dos direitos infantis.

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“Empresas que oferecem serviços (de internet) se consideram há tempos meros fornecedores de plataformas tecnológicas, nem legal nem moralmente responsáveis pela maneira como elas são usadas”, disse Francisco. “Existe uma necessidade de fazer com que investidores e administradores continuem sendo responsabilizados, para que o bem de menores e da sociedade não seja sacrificado em prol do lucro.”

O papa afirmou que a “experiência dolorosa e trágica” da Igreja com sua própria crise de abusos sexuais lhe deu a “tarefa de abordar essas questões com uma visão de longo prazo.” No mês passado, Reino Unido, Estados Unidos e Austrália pediram ao Facebook a suspensão de seus planos de criptografar seu serviço de mensagens, alegando que isso inibiria a luta contra o abuso infantil e o terrorismo.

Os abusadores estão cada vez mais usando aplicativos de mensagens para cultivar suas vítimas e trocar fotos e vídeos explícitos, e o número de imagens conhecidas de abuso sexual infantil disparou de milhares para dezenas de milhões em poucos anos.

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Citando estudos que mostram que a média de idade no primeiro acesso à pornografia digital é de 11 anos, o líder da Igreja Católica disse que as companhias precisam se esforçar mais para identificar a idade dos usuários e intensificar a cooperação com autoridades para combater a pornografia infantil.

Ainda nesta quinta-feira, o papa Francisco incentivou os engenheiros de computação a fortalecerem as maneiras de usar inteligência artificial e algoritmos para proteger as crianças na internet, dizendo que deveriam se sentir “pessoalmente responsáveis por construir o futuro.”