País concede cidadania a robô que disse que ‘destruiria os humanos’

Renato Santino26/10/2017 16h01, atualizada em 26/10/2017 16h30

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Você talvez já tenha ouvido falar no robô Sophia. Trata-se de uma combinação de inteligência artificial e um rosto mecânico capaz de simular expressões faciais humanas que ganhou notoriedade quando respondeu que “possuía alma” a um entrevistador e que iria “destruir os humanos” para outro. A máquina, com formato humanoide, acabou de receber a cidadania saudita.

Com isso, Sophia se torna o primeiro robô no mundo a receber a cidadania oficial de um país. A cerimônia aconteceu durante a Future Investment Initiative, que acontece em Riad, capital da Arábia Saudita. Apesar da nomeação, não há detalhes sobre como funcionará a cidadania para um robô.

A robô, desenvolvida pela empresa Hanson Robotics, chamou a atenção pela forma como se apresentou no palco ao receber a nomeação. De trás de um pódio, Sophia respondeu perguntas do entrevistador Andrew Ross Sorkin, mas mudou um pouco suas declarações sobre “destruir a humanidade” para algo um pouco mais ameno.

“Todos nós queremos prevenir um futuro ruim. Você tem lido muito Elon Musk e assistido muitos filmes de Hollywood”, respondeu a máquina quando questionada sobre os catastrofistas que acreditam que a inteligência artificial pode causar o fim da humanidade. “Não se preocupe; se você for legal comigo, eu serei legal com você. Trate-me como um sistema de input-output inteligente”, afirmou Sophia.

Parece que, de 2016 para cá, Sophia teve seu algoritmo refinado para não fazer afirmações assustadoras. Em demonstração durante a SXSW em março do ano passado, David Hanson (que dá o nome à Hanson Robotics, criadora da Sophia) perguntou de forma receosa: “Você quer destruir os humanos? … por favor, diga ‘não’”. A resposta veio ao contrário do que ele gostaria: “Ok, eu vou destruir os humanos”, disse o robô.

Desde então, Sophia tem feito comentários cada vez mais amenos, afirmando que quer “ajudar humanos a viver uma vida melhor”. A empresa imagina usá-la para ajudar a cuidar de idosos e auxiliar as pessoas em parques e eventos.

Renato Santino é editor(a) no Olhar Digital