Pagamentos com cartões de crédito Contactless são seguros para os usuários?

A tecnologia já é bastante utilizada no país, porém, deve ser feita com cautela e segurança
Liliane Nakagawa26/07/2019 20h16, atualizada em 26/07/2019 20h22

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O mercado financeiro cada vez mais procura inovar e facilitar a vida dos usuários, seja na forma de lidar com atendimento, na abertura de contas digitais e também em relação às transações bancárias. Uma tecnologia em especial vem ganhando novos adeptos, principalmente no Brasil, o pagamento por aproximação, chamada de NFC (Near Field Communication, comunicação por campo de proximidade) ou contactless, que pode ser utilizado por meio de  um celular, uma pulseira ou do cartão de crédito. De acordo com um estudo da Analytics & Consulting, da Visa, esta tecnologia, já chega a um volume de 1 milhão de operações mensais, isso é 18 vezes mais quando comparados os meses de dezembro de 2017 e 2018.

A conexão é feita via radiofrequência, que permite realizar a transação sem fio com o terminal de pagamentos.  Os aparelhos devem respeitar a distância entre 2 e 10 cm de distância, porém, isso pode variar de acordo com cada dispositivo. A comunicação é estabelecida por dois dispositivos: o initiator, que inicia e controla a troca de mensagens, e o target, que responde as mensagens enviadas pelo initiator. O modo de transmissão pode ser tanto passivo, quando apenas um dispositivo (normalmente o initiator) gera o sinal de radiofrequência utilizado nas trocas de mensagens, ou ativo, quando ambos dispositivos geram os sinais de radiofrequência.

Recentemente, vi um vídeo internacional que mostra a vulnerabilidade do uso desta tecnologia, já que, em alguns cartões há um limite de até R$ 50,00 para realizar um pagamento, sem a necessidade de solicitar senha. No vídeo, é possível ver que o cartão com contactless, mesmo dentro da carteira, pode autorizar pagamentos com apenas a aproximação de um dispositivo que faça a sua leitura.

No Brasil, as maquininhas de cartão estão extremamente populares e fáceis de adquirir. O que é uma vantagem para empreendedores de todo o Brasil, pode se tornar prejudicial caso caia nas mãos de um criminoso. Já que, com a posse de uma máquina de cartão habilitada, estes assaltantes poderiam furtar dinheiro via NFC.

Acredito que o problema não esteja na tecnologia em si, muito pelo contrário, ela veio para facilitar nossas vidas e, em muitos países, já é amplamente utilizada no dia a dia. A Austrália, por exemplo, já tem 90% dos seus pagamentos feitos por aproximação.

Porém, antes de usar esta forma de pagamento, é preciso ter cuidado em algumas situações, como verificar se o terminal de pagamento automático (TAP) não contém sinais visíveis de alterações ou danos físicos que comprometam a segurança do usuário. Além disso, nos grandes portais de e-commerce já é possível comprar carteiras que bloqueiam o sinal RFDI e NFC, ou seja, se o criminoso chegar perto de você com uma máquina de cartão habilitada nas ruas da cidade, ele não conseguirá efetuar a transação fraudulenta.

Outra dica é desabilitar a função, e deixar o cartão bloqueado por meio do aplicativo do banco, porém ao realizar esta ação tanto a função de crédito como a de débito ficam bloqueadas.

A tecnologia contactless, ou NFC, também está em nossos celulares e smartwatches, que precisam estar amplamente protegidos, afinal, carregamos não apenas nossos cartões de crédito no bolso, mas também aplicativos bancários e informações sigilosas de todos os tipos nestes dispositivos. É preciso mantê-los sempre com o sistema operacional e aplicativos atualizados, além de ter uma solução de segurança da informação instalada.

Outra forma de proteger-se é ter uma carteira digital ou e-wallet, que permite o armazenamento de dados financeiros e pessoais, para que possam ser usados com segurança durante  as operações bancárias. Além disso, é importante utilizar o duplo fator de autenticação dos aplicativos, para que o acesso às informações não possa ser feito por qualquer pessoa que tiver acesso ao seu dispositivo.

A  transformação digital vem ganhando espaço em meios que até então eram bastante burocráticos. Apesar da tecnologia proporcionar mais agilidades em processos, temos sempre que pensar na segurança do usuário. Somente com cuidados adequados com a segurança das informações é que será possível aproveitar a tecnologia sem preocupação.

Liliane Nakagawa é editor(a) no Olhar Digital