As operadoras não ficaram satisfeitas com os resultados apresentados pela OpenSignal sobre o estado do 4G no Brasil. A pesquisa, realizada pela empresa por meio de um aplicativo que usuários instalam voluntariamente nos seus celulares, revelou dados interessantes e preocupantes sobre a internet LTE no país, especialmente no que tange à disponibilidade do sinal do 4G.
A pesquisa revelou que os usuários brasileiros passam apenas 59% do tempo online conectados ao sinal de 4G, mas isso no caso da TIM, que teve o melhor resultado entre as empresas nacionais. Outras operadoras tiveram desempenho ainda pior, com a Oi ocupando a pior posição.
Contudo, o SindiTelebrasil, o sindicato que representa as empresas de telecomunicações brasileiras, afirma que a OpenSignal cometeu um erro de metodologia, já que não considerou a área geográfica em que é realizada a sua medição.
“A própria consultoria (e as matérias que reportam dados do levantamento) ressalta que não considera a área geográfica na qual é feita a medição. Tal premissa indica a possibilidade de medições em áreas onde não há obrigação de atendimento ou mesmo a oferta comercial do serviço em 4G”, diz o comunicado publicado pelo sindicato.
Vale observar, no entanto, que a OpenSignal descartou informações de territórios onde não há conexão 4G. Apesar de a empresa realmente não levar a geografia em consideração, a metodologia cita que se o usuário não tem acesso a uma rede LTE, seja por um plano restrito ao 3G, seja por indisponibilidade de sinal, essa estatística não é considerada na análise final.
“Muitas pessoas têm celulares compatíveis com LTE, mas não têm um plano que permita o uso do LTE em sua rede. Por esta razão, nós observamos todas as informações no nível do dispositivo e apenas calculamos disponibilidade em um aparelho quando verificamos que eles conseguiram se conectar com sucesso ao LTE ao menos uma vez. Isso garante que nossa métrica de Disponibilidade de LTE só leve em conta dispositivos compatíveis com um plano compatível”, afirma o site da OpenSignal. Ou seja: territórios sem 4G não entram na conta do estudo pela impossibilidade de usuários nessas áreas se conectarem às redes.
A reação das empresas vem do fato de que a ordem da Anatel é que os municípios com 4G precisam ter pelo menos 80% de seus territórios cobertos por sinal LTE.