Não existe atualmente um polo de inovação mais conhecido e comentado no mundo quanto o Silicon Valley, ou Vale do Silício, em português. Esta região que circunda a Baía de São Francisco, no Estado da Califórnia (EUA), reúne algumas das principais gigantes da área de tecnologia, como o Google, a Apple, Intel, Uber e Sales Force. Tudo isso próximo a faculdades renomadas mundialmente, como Stanford e a UC Berkeley. O resultado desta combinação é um grande volume de jovens mentes inovadoras em uma região cheia de oportunidades na área. O know how destas pessoas, aliado ao investimento pesado das grandes companhias, é o motor desta verdadeira máquina de inovações que hoje é o Vale do Silício.

No entanto, um olhar mais detalhado, de dentro, pode revelar alguns dos pilares que fazem a região ser o que é hoje. Além, claro, de apontar para nós, aqui no Brasil, as tendências que podem nos aproximar do que é praticado atualmente do outro lado da Linha do Equador. A começar por aquele que considero o mais importante de todos os pilares: o senso de integração, que podemos chamar aqui de Ecossistema de inovação.

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No Vale do Silício é muito forte a ideia de se criar um ecossistema propício para o crescimento dos já estabelecidos, sem descuidar da semente para novas iniciativas. Para isso, promovem uma integração da base, por meio de parcerias com as instituições de ensino citadas anteriormente, até a ponta final, com as empresas consolidadas no mercado ou startups que abrem suas portas para os jovens que desejam iniciar suas carreiras na área de tecnologia e, principalmente, testarem suas ideias. Além disso, integrados ao ecossistema, temos governo e empresas de investimento que fecham o ciclo.

Aqui podemos falar de um segundo pilar, conceito que eles costumam chamar de “Fail Fast”, ou “Falhe Rápido”, em uma tradução livre. Não chega a ser um conceito novo, mas que é muito importante. No Vale do Silício busca-se quebrar o paradigma de que o erro é apenas ruim. Pelo contrário, o conselho é para que se erre o máximo possível no começo, quando tudo é mais barato e contornável e que principalmente se aprenda com os erros tendo a claresa que aquele caminho não é o ideal. Os erros cometidos num estágio mais avançado de uma startup ou em um lançamento de um produto, por exemplo, podem ser irreversíveis.

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Além destes, destaco o pilar Foco no Cliente, também conhecido como Conceito CX (Customer Experience). Provavelmente, o modelo mais icônico de CX seja o da Disney World, porque toda a empresa foi pensada tendo como base a Customer Experience. Ao construir o primeiro parque, Walt Disney teve a ideia de criar uma experiência imersiva, que incentivasse os 5 sentidos. Dessa forma, até os aromas são minimamente elaborados. É realmente a ideia de transformar os sonhos em realidade. Todos os colaboradores e as soluções utilizadas devem estar condizentes com essa prerrogativa. Estamos falando de uma base de operação que nunca é ignorada e embasa todas as ações.

De 2015 a 2017, as interações direcionadas para o atendimento ao cliente em redes sociais cresceram 250%, segundo o Twitter. Assim, fica visível a necessidade de otimizar e simplificar o relacionamento com os clientes e oferecer uma experiência única. Todos os envolvidos no ecossistema do Vale do Silício trabalham com esta premissa de colocar o cliente no centro do processo e ver como, nos mínimos detalhes, fazer a mehor experiência possivel para eles. Antigamente era natural se ver muitas iniciativas que partiam do laboratório para só depois ser testada junto ao público. Hoje, isso é inimaginável entre aqueles que fazem o dia a dia do grande polo inovador do planeta.

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Trazendo para nossa realidade, é importante mostrar que todos estes pilares também são aplicáveis, em outra escala, aqui no Brasil. A ideia da integração pode ser exemplificada através de iniciativas como a Campinas Tech, que tem a Thomson Reuters entre seus associados. Por lá, o foco do trabalho está no fomento e no desenvolvimento de uma comunidade autêntica, através do trabalho em formato de rede, para os empreendedores da Região Metropolitana de Campinas. A partir da formação deste ecossistema, estes pequenos inovadores conseguem trabalhar sob um sistema de colaboração apoiado pelas companhias já estabelecidas no mercado, tal qual na Califórnia.

Já quando falamos do “Fail Fast”, podemos citar programas de aceleração de startups promovidos no Brasil, como o Accelerator Day, da Thomson Reuters. É uma proposta parecida de conectar startups e grandes empresas para que as ideias sejam testadas e avaliadas. Nesses eventos, para a startup, é valiosíssima oportunidade de buscar escala no seu produto/serviço utilizando de toda capilaridade e estrutura comercial de uma empresa já consagrada, enquanto para a grande companhia, é sempre uma oportunidade de se atualizar e levar soluções adicionais e inovadoras para os clientes.

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Quanto ao pilar da inovação com foco no cliente (ou Conceito CX), falamos de uma demanda cada vez mais percebida no Brasil. A ascensão de fintechs como o Nubank, por exemplo, que promovem uma experiência mais amistosa e pessoal para cada cliente, é um reflexo do mercado que percebeu que não é mais possível atender seu público de forma genérica e não personalizada. No cenário B2B, a Thomson Reuters também trabalha com este foco, buscando sempre a facilitação do uso de nossos softwares, tornando a tecnologia objetiva e acessível para a aqueles que precisam de informações rápidas e precisas todos os dias, tudo isso facilitado por um time de Customer Success que existe especialmente para cuidar do sucesso do cliente.

O Vale do Silício é, sem dúvidas, um case de sucesso, entre outros que estão aparecendo no mundo como China e Israel, por exemplo. E o Brasil ainda tem bastante para aprender com a região californiana, principalmente no mindset para investir em ideias disruptivas e romper com a cultura da estabilidade. Para fazer isso, o importante não é imitar explicitamente o Vale do Silício, mas ver o que está sendo feito por lá e tropicalizar. Ou seja, adaptar para a realidade do país.

 E sabemos que nisso temos uma grande oportunidade pela frente