Muitos profissionais do mercado brasileiro têm demonstrado grande interesse em trabalhar em startups, seja pelo ambiente diferente em relação a uma empresa tradicional, com mais flexibilidade de horário e estruturas menos hierárquicas, ou pelas oportunidades de crescimento exponenciais que este tipo de empresa oferece.

Segundo uma pesquisa da consultoria Michael Page, com cerca de 1.000 executivos de alta e média gerência, nove em cada dez profissionais estariam dispostos a trocar o tradicional ambiente corporativo por uma startup. O levantamento apontou que eles estão dispostos a abrir mão de parte do salário para ter mais flexibilidade de horário e por acreditarem em uma maior qualidade de vida para atuarem em novos modelos de negócio.

Mas qual é o perfil de profissional mais desejado por uma startup? Ao contrário do que muitas pessoas pensam a formação técnica dos profissionais não é o principal requisito. Existem algumas atitudes e competências comportamentais que são valorizadas por este tipo de empresa, entre elas a curiosidade e o espírito investigativo do candidato.

Atitudes que são necessárias para quem vai trabalhar em uma empresa que está em estágio inicial de formação e voltada para um modelo de negócio mais disruptivo que permitirá uma experimentação maior. Enquanto em empresas tradicionais as práticas e processos já estão bem definidos, numa startup muitas coisas estão no seu estágio embrionário.

Portanto, este profissional terá mais liberdade de construir coisas novas e pensar fora do “status quo”. Numa startup, existe um terreno fértil também para testar e utilizar novas tecnologias, processos e métodos de trabalho. E é bem possível que aquilo que ele estudou e aprendeu em sua carreira, possa ser colocado em prática de forma mais livre.

Outra qualidade valorizada por uma startup é uma atitude mais questionadora. Um profissional que fique a vontade para dar opiniões, discutir estratégias e para onde a empresa vai. O ambiente favorece isso, já que os níveis hierárquicos são bem menores. O caminho da troca de ideias, na maioria das vezes, é mais estimulado do que em uma empresa tradicional.

Ser flexível e adaptável também são diferenciais do candidato. Em um ambiente menor e que está em construção, existe a possibilidade de pular posições e crescer de forma mais rápida do que em ambientes mais formais. As startups então buscam sempre o profissional que é versátil e que possa exercer mais que uma função dentro da empresa.

Temos observado também que o profissional que acaba se adaptando ao estilo de uma startup é aquele que se identifica com o propósito da empresa. No caso das fintechs isso não é diferente. Os profissionais que realmente se sobressaem são os que encontram um propósito no trabalho como, no nosso caso, poder “ajudar na vida financeira das pessoas”.

No fundo, o perfil mais desejado pelas startups é do profissional orientado ao desafio e a inovação. Aquele profissional inquieto, que possui um brilho nos olhos e está disposto a arregaçar as mangas e fazer as coisas acontecerem.