A inteligência artificial (IA) já é uma realidade. A transformação digital vem avançando a passos largos e hoje essas inovações estão presentes em nossa rotina diária, embora muitas vezes nem sequer chegamos a perceber as mudanças proporcionadas pela IA em diversas áreas, como educação, mercado de trabalho, segurança e até mesmo por meio da análise do nosso comportamento para ações de marketing. Mas como todo esse avanço foi possível debaixo do nosso nariz?

Podemos definir inteligência artificial como uma área de pesquisa da ciência da computação que busca, por meio de milhares de algoritmos, desenvolver dispositivos tecnológicos que simulem o raciocínio humano. Desta forma, os computadores podem analisar, compreender e obter respostas para diferentes situações prevendo o futuro.

Os primeiros indícios da utilização de inteligência artificial tiveram início na década de 1940, mas naquela época era praticamente impossível catalogar e reunir tanta informação por conta da falta de infraestrutura. A história começou a mudar nos últimos oito anos, com um esforço de captura de dados (big data) e a disponibilização dessas informações em grande escala, principalmente com a utilização do armazenamento em nuvem – que reúne um grande volume de dados e abre a possibilidade de programas aprenderem com essas informações.

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Por exemplo: a captura de dados no transporte público em uma metrópole permite a identificação do comportamento e hábitos do indivíduo, seja o hotel em que se hospeda, os serviços que consome em um aeroporto, seu restaurante preferido, os tipos de loja onde costuma comprar e até o tempo em que permanece na frente de uma vitrine observando determinado produto em um shopping center.

É o marketing assertivo atuando por meio da customização em massa – alcançar um grande número de pessoas e saber exatamente o que aquele indivíduo está precisando e desejando naquele momento. As empresas conseguem criar soluções customizadas que atendem cada um de forma individual. As companhias não querem simplesmente vender qualquer coisa para todo mundo; elas podem atingir um universo maior de pessoas, mas com o diferencial de saber especificamente com quem estão falando.

Os avanços da inteligência artificial estão em todos os setores. Nesse cenário, a educação não ficou para trás. Uma sala de aula tradicional, com cerca de 50 alunos de características e personalidades diferentes aprendendo da mesma maneira também está com os dias contados. Há mais de meio século era impossível compreender as características e o comportamento de cada aluno, por isso a educação sempre foi padronizada da forma como a conhecemos em nossos colégios. Com a inteligência artificial, já é possível entender a real necessidade dos estudantes e criar programas específicos de ensino respeitando o ritmo de aprendizado de cada um. Enquanto existem alunos que preferem o aprendizado em sala de aula apresentado pelo professor, outros já absorvem melhor o conteúdo com exercícios práticos.

No segmento bancário, o Itaú Unibanco está investindo em câmeras com inteligência artificial para aprimorar a segurança de suas agências físicas. Por meio de um banco de dados os equipamentos são capazes de identificar atitudes suspeitas e objetos como armas de fogo e barras de ferro. A tecnologia presente nas câmeras permite fazer reconhecimento facial, gerar mapas de calor e até detectar o setor que possui maior concentração de pessoas.

Recursos Humanos

A inteligência artificial também está mudando a forma com que o RH das empresas faz o recrutamento de profissionais. Grandes corporações, como Amazon, Google e Facebook, têm acesso a informações de comportamento e um resumo das qualificações dos candidatos a determinadas vagas. Antes de definir a contratação é possível traçar um perfil e minimizar os riscos para não errar na escolha, conectando os perfis das vagas com as características dos candidatos e conhecendo o histórico profissional, inclusive características específicas como a forma com que lidam com situações de crise e pressão no ambiente corporativo.

No território das redes sociais, o LinkedIn busca facilitar a contratação, porque com as informações que coleta de quem é cadastrado pode mapear o perfil dos usuários e sugerir conexões, fornecendo um banco de dados para as empresas que estão recrutando e direcionando aqueles candidatos que são mais indicados para determinadas vagas. Quem tem cadastro na plataforma recebe ofertas de vagas e indicações de companhias que estão mais adequadas à sua experiência profissional.

Nesse sentido, uma visão otimista sobre a inteligência artificial indica que ela tem um potencial infinito e deverá avançar ainda mais em um futuro bastante próximo. Basta dizer que cada movimento que fazemos na internet, como uma simples pesquisa em sites de buscas, postagens em mídias sociais, procura por produtos e serviços, consumo de notícias ou interação com nossa rede de amigos geram dados e informações que possibilitam às empresas especializadas conhecerem, a partir do nosso comportamento de navegação, o perfil do usuário e, assim, traçar estratégias para melhor atendê-lo da forma mais personalizada possível.

Mais do que isso, a inteligência artificial permite às corporações oferecerem uma customização mais assertiva de produtos e serviços. Por isso, será cada vez mais natural e orgânico se, em sua próxima viagem de férias com a família, ao chegar ao seu destino, a recepção de hotel já conhecer seus gostos e preferências. Esse é, afinal, o primeiro passo para tornar a sua experiência inesquecível – e, no fim das contas, é isso o que procuramos, certo?