O Brasil e o seu mercado de Tecnologia de Informação têm obstáculos imensos quando analisamos os nossos índices de formação de mão-de-obra, inovação e competitividade e os colocamos sob a perspectiva do emprego das tecnologias exponenciais e do futuro do trabalho. É uma realidade que precisa ser transformada com urgência se quisermos ser protagonistas na transformação econômica e social que está acontecendo globalmente baseado na aceleração da aplicação das novas tecnologias exponenciais, fenômeno também chamado de 4ª Revolução Industrial.
Neste sentido, estou compartilhando com todo o mercado meu “Moonshot”, meu desafio pessoal e propósito transformador de duplicarmos o mercado de TI do Brasil, saindo dos atuais 1 milhão para 2 milhões de profissionais nos próximos oito anos. Um crescimento assim significaria uma injeção direta no PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro de aproximadamente R$ 240 bilhões, considerando que um profissional de TI gera de valor, em média, R$ 240 mil por ano para a economia nacional.
Uma geração de riqueza gigantesca para todo o Brasil, impulsionando renda salarial, contribuição de impostos e lucro das companhias, sem contar o impacto indireto na economia com ganhos na aceleração da transformação digital das empresas, melhora da experiência dos consumidores, aceleração da inovação, lançamento de novos produtos, serviços, startups, entre inúmeros outros benefícios para a sociedade e a economia.
Para isso, precisamos de uma transformação cultural exponencial, construindo projetos e programas sociais e educacionais que fomentem o aprendizado, a troca de ideias e experiências, ensinando como programar, desenvolver softwares, aplicativos, começando nas escolas com as crianças perdendo o medo da matemática. E também, nessa era da Aceleração da Aceleração, temos que ensinar o prazer de aprender a desaprender, com os profissionais acompanhando todas as inovações que as tecnologias exponenciais oferecem hoje.
Estamos diante de um chamado para um esforço conjunto da sociedade, uma união entre escolas, universidades, empresas, instituições não-governamentais, governos nos seus mais diversos níveis em torno de um objetivo único: transformar o Brasil no país do Futuro do Trabalho, da inovação, tecnologia e da competitividade digital.
Tendo como base um déficit atual de aproximadamente 100 mil profissionais no mercado de tecnologia, segundo dados do IDC Brasil (International Data Corporation Pesquisa de Mercado), o registro de apenas 17% de participação de graduados nas áreas de ciência, tecnologia, engenharia e matemática, de acordo com levantamento da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e a demanda crescente por profissionais, sei que é gigantesco o tamanho do desafio lançado aqui.
Outras nações, no entanto, que buscaram esse caminho, como Coreia do Sul, Singapura, China e os países nórdicos, como Dinamarca e Noruega, hoje colhem os frutos de suas escolhas e de efetivamente terem criado um projeto de transformação da cultura na educação e de investimentos em tecnologia.
Nos Estados Unidos, por exemplo, até Barack Obama, Bill Gates e o Black Eyed Peas entraram em campanha do Code.org, uma organização sem fins lucrativos – com site homônimo -, que incentiva as pessoas, especialmente crianças e estudantes de escolas no país, a aprender a programar. O projeto tem doadores como Amazon, Google e Facebook.
Agora, é chegada a hora de o Brasil fazer a sua transformação em consonância com dados que apontam como as tecnologias exponenciais mudarão a forma como nós vivemos, aprendemos e trabalhamos, além de aumentar consideravelmente nossa expectativa de vida. Precisamos estar juntos e preparados para nos libertar de modelos mentais obsoletos, vencer barreiras culturais, burocracias, ineficiências e trilharmos um caminho da inovação, da transformação digital, desenvolvendo novos talentos, empreendendo e impulsionando a nossa sociedade para um futuro mais próspero, digital e conectado.