O que acontece com empresas que desafiam a proibição do governo dos EUA de negociar com a Huawei?

Há uma série de penalidades para empresas que desafiam esses decretos, variando de multas a ordens de negação, que colocam limites no que a empresa pode exportar.
Luiz Nogueira03/06/2019 15h13, atualizada em 03/06/2019 15h40

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Nas duas últimas semanas, a Huawei perdeu quase todos os seus parceiros de fornecimento de componentes e software graças a sua inclusão na lista negra do Departamento de Comércio dos EUA, que proíbe empresas do país de negociar com empresa chinesa sem a sua autorização.

Isso fez com que Google, Intel, Qualcomm e outras interrompessem sua parceria com a Huawei, fazendo esta mergulhar em uma crise sem precedentes.  Mesmo com tudo o que aconteceu, alguns de seus parceiros permanecem calados, como a Microsoft, que não divulgou uma declaração oficial sobre a proibição.

A Microsoft é um dos maiores parceiros da Huawei, licenciando e mantendo o Windows em diversos notebooks da empresa, que precisam ser constantemente licenciados e atualizados. É bem mais provável que a empresa fundada por Bill Gates simplesmente fique quieta por conta da sensibilidade do problema, mas esse silêncio levanta uma questão interessante: se a Microsoft (ou outra empresa) desafiar a ordem do governo de Donald Trump e continuar fazendo negócios com a Huawei, que tipo de problemas ela pode enfrentar?

Há uma série de penalidades para empresas que desafiam esses decretos, variando de multas a ordens de negação, que colocam limites no que a empresa pode exportar. Se as violações forem muito graves, pode até haver penalidades criminais. Considerando o quanto muitoas dessas gigantes de TI dependem do governo e de contratos internacionais para seus negócios, elas teriam muito a perder antes que a ameaça de prisão fosse levantada.

Mesmo com todas as possibilidades levantadas, o mais provável é que Microsoft, Google, Qualcomm e outras estejam, simplesmente, aguardando os rumos dessa história, sem movimentos bruscos. O próprio Trump sugeriu que as restrições podem ser retiradas como parte de um acordo comercial. Se este realmente acontecer, o silêncio da Microsoft parece ser uma aposta inteligente – mas, dado o histórico de Trump em realizar acordos, essa parece ser uma aposta arriscada.

A suposição de quase toda indústria é que a Microsoft fará o mesmo que o Google e outros. A empresa retirou os notebooks da Huawei de seu site, sugerindo algum tipo de interrupção de serviços, o que pode indicar que a empresa chinesa perdeu mais um de seus parceiros.

Via: The Verge

Luiz Nogueira
Editor(a)

Luiz Nogueira é editor(a) no Olhar Digital