O plano de Bill Gates para reinventar o vaso sanitário

Renato Santino08/02/2018 00h09

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O vaso sanitário é uma realidade nas nossas vidas, sem a qual nós, que temos acesso à internet para estar publicando ou lendo este texto, nem conseguimos imaginar viver sem. No entanto, para muita gente, essa realidade é apenas um sonho que poderia ajudar a salvar muitas vidas em regiões de extrema pobreza. E uma das missões humanitárias de Bill Gates é tentar mudar isso.

De acordo com o Centro de Controle de Doenças dos EUA, 88% das mortes causadas por doenças diarreicas são atribuíveis à falta de água limpa e de higiene e saneamento adequados. Os dejetos se acumulam onde não deveriam, trazendo essas complicações que são a segunda maior causa de mortes para crianças acima de 5 anos, superando doenças como a AIDS e a malária.

Como muitas vezes essas regiões têm pouquíssima água e a rede elétrica também é escassa, Bill Gates lançou o desafio, injetando milhões de dólares em iniciativas baratas que permitam a substituição do vaso sanitário tradicional por uma alternativa que não dependa desses dois elementos. Além de funcionar sem água e eletricidade externa, também é necessário que o custo de operação seja inferior a 5 centavos de dólar por dia.

O desafio começou em 2011 e tem gerado avanços desde então. O vencedor naquele ano foi um projeto de privada que usa energia solar decompor os dejetos para produção de hidrogênio, que por sua vez também pode ser usado para geração de energia. Outros projetos, como nota o Business Insider, incluíram um vaso que queima os dejetos com luz ultravioleta e outro que transforma as fezes no que os desenvolvedores chamaram de “carvão biológico”, que pode ser usado como combustível ou fertilizante.

Os projetos desenvolvidos por meio dessa iniciativa já estão dando seus primeiros resultados, embora ainda experimentais. Protótipos diversos de vasos sanitários independentes de água já estão em testes em áreas pobres da Índia e da África. Um desses projetos é o da privada de nanomembrana, que recebeu US$ 710 mil da fundação mantida por Gates e sua esposa Melinda, que pode ter seu funcionamento compreendido com mais profundidade no vídeo abaixo, em inglês, infelizmente.

Outro investimento envolveu mais de US$ 10 milhões, divididos entre dois cientistas da universidade de Duke, nos EUA e a própria universidade para estabelecer uma nova divisão para desenvolvimento de tecnologias de saneamento, para aplicação de pesquisas multidisciplinares em novos vasos sanitários.

Renato Santino é editor(a) no Olhar Digital

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