Depois de algumas tentativas com os roteadores da linha OnHub, que eram praticamente os Nexus do mundo dos roteadores (fabricados por outras companhias, mas com o apoio e a marca do Google), agora o Google está falando sério sobre melhorar o Wi-Fi da sua casa. Isso se dá por meio do Google Wifi, o produto que já é comercializado e já foi analisado pela imprensa internacional.

Para quem não sabe, o Google Wifi cria uma rede mesh na sua casa. Este tipo de rede é formado por vários pontos (várias unidades do Google Wifi) que podem ser espalhados pela casa para tornar o sinal mais uniforme por todos os cômodos. A rede é inteligente o bastante para fazer com que seu dispositivo esteja sempre conectado ao ponto mais próximo e possa aproveitar o melhor sinal, ao contrário de um repetidor padrão que você pode comprar em qualquer loja, que depende da sua intervenção para alternar entre os pontos.

A ideia do Google Wifi não é exatamente nova, e outros produtos já fizeram isso antes. A vantagem do Google, no entanto, é que ninguém fez isso de uma forma tão barata. Uma unidade custa US$ 130, e o pacote com três sai por US$ 300. O concorrente Eero faz basicamente a mesma coisa, mas por US$ 200 cada aparelhinho e US$ 500 o trio. Este é um dos maiores elogios feitos ao novo produto do Google.

Outro elogio recorrente nas análises de Engadget, CNET, The Verge e VentureBeat é a facilidade de configuração. Embora não seja realmente complicado fazer os ajustes iniciais de um roteador, geralmente isso passa por uma interface web horrível, ultrapassada e pouco intuitiva, o que chega a ser irônico, considerando que o processo é feito justamente para configurar o dispositivo que leva o usuário a poder acessar as maravilhas da internet. O Google Wifi simplifica as coisas com um aplicativo de celular que dá todas as instruções ao usuário e agiliza demais o processo.

No entanto, se a simplicidade é um ponto forte, também é um ponto fraco. O Engadget observa que o Google Wifi peca um pouco em recursos mais avançados. Por ter apenas duas portas Ethernet, você está limitado na quantidade de dispositivos que pode conectar ao seu roteador por meio de cabos. A falta de uma interface web (só é possível mexer nas configurações pelo app) também não é ideal para usuários avançados, já que se torna muito mais difícil fazer ajustes finos por um aplicativo. Além disso, há o fato de ser necessário usar um login do Google para manter tudo funcionando, o que pode afastar os mais preocupados com sua privacidade, já que não fica muito claro que tipo de informações o Google está recebendo com isso.

Sobre desempenho, o Google Wifi é satisfatório, embora a diferença não seja tão grande. Nos testes realizados, o roteador AC1200, que significa, na teoria, velocidades de até 1,2 Gbps divididas por dois canais (um de 2,4 GHz e outro de 5 GHz), chegou a apresentar melhorias de velocidade em comparação com um roteador comum. No entanto, o problema é que nunca uma rede Wi-Fi, por melhor que seja, será capaz de substituir as velocidades obtidas pelo bom e velho cabo Ethernet. Nos testes de uso real, uma conexão que oferece downloads de 200 Mbps foi limitada a 90 Mbps; já uma internet de 100 Mbps variou entre os 35 Mbps e os 48 Mbps. É um resultado bom em comparação ao que um roteador padrão consegue oferecer.

Há outro fator importante que é bastante aprovado no Google Wifi: o seu design. O produto foi criado para ser elegante e discreto. Isso faz com que ele consiga se disfarçar na decoração de uma casa, o que não pode ser dito de um roteador comum, geralmente com várias antenas. Trata-se de um produto essencialmente feio que se tornou mais palatável ao longo dos anos.

Isso tudo dito, o Google Wifi pode ser mais barato que as outras alternativas similares, mas ainda é um setup de rede caro. Um bom roteador padrão AC, com velocidades maiores do que as do produto do Google, sai por menos do que os US$ 130 sugeridos por uma unidade. Ou seja: quem está interessado nas promessas da empresa, que oferece uma rede uniforme e estável por toda a casa, também precisa estar disposto a gastar mais. 

Baseado em textos de Engadget, The Verge, CNET e VentureBeat