O eSIM chegou ao Brasil; entenda a tecnologia que deve matar o chip de celular

Claro e Vivo foram as primeiras operadoras a adotar o padrão, que deve ganhar força nos próximos anos
Renato Santino03/04/2019 22h11

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Já faz alguns anos que falamos pela primeira vez no Olhar Digital sobre a tecnologia eSIM, que promete acabar com o chip de celular como conhecemos hoje. O sistema, que foi padronizado ainda em 2013, só agora começou a chegar aos smartphones brasileiros após o anúncio de que Claro e Vivo ofereceriam suporte a esta nova ferramenta nos iPhones XR, XS e XS Max.

Atualmente, o iPhone é o único celular lançado oficialmente no Brasil a trazer suporte à tecnologia. No exterior, temos exemplos também da linha Pixel do Google, com suporte ao eSIM, mas que nunca vieram ao país de forma oficial.

Para entendermos o que é o eSIM, primeiro devemos entender o que é o SIM, o chip que você coloca no seu celular para dar a ele a capacidade de conectar-se às redes móveis para que seja possível usar a internet e falar ao telefone. A sigla em inglês significa “módulo de identidade do assinante”; é a forma usada pelas operadoras para identificação do usuário para permitir que ele utilize as redes pelas quais ele paga.

A ideia do eSIM é acabar com a necessidade desse chip, que já vinha diminuindo de tamanho há alguns anos: do SIM convencional, passamos ao Micro-SIM e chegamos ao padrão atual, o Nano-SIM. O próximo passo é extinguir o cartãozinho, que passa a ser menor e interno, incorporado diretamente ao celular.

Reprodução

Isso não significa que você ficaria preso a uma operadora para sempre. Na verdade, a ideia do eSIM é justamente facilitar a troca de operadoras, já que não é mais necessário ir até uma loja comprar um chip novo ou então solicitá-lo pela internet e esperar alguns dias até que ele chegue até a sua casa. Tudo pode ser feito remota e instantaneamente.

Quem costuma viajar também provavelmente já precisou lidar com a ingrata tarefa de procurar por um chip de telefonia móvel ao chegar em um novo país para poder usar a internet no celular sem pagar as tarifas exorbitantes de roaming. O eSIM também facilita consideravelmente esta tarefa.

Mais um ponto interessante: em muitos países, e o Brasil está incluso, o Dual-SIM é um recurso bastante querido e procurado pelo comprador de smartphones. Como ficam essas pessoas em um futuro mundo do eSIM? A vantagem do eSIM é que ele suporta múltiplas contas, o que significa que você também pode ter mais de uma operadora funcionando em um único chip virtual, e você pode configurar o que você quer de cada plano por meio das configurações do celular. Isso também é bastante útil no já citado exemplo das viagens para o exterior.

Vai virar padrão?

A tendência é que o eSIM ganhe cada vez mais força nos próximos anos, e as fabricantes devem começar a empurrar com mais força essa tecnologia em breve. Há anos a Apple age como “validadora de tendências”, e apesar de nem sempre inovar, ela costuma ser seguida quando adota uma ideia, então devemos ver mais empresas ganhando coragem para fazer a aposta a partir de agora.O eSIM traz vantagens para o lado das empresas, também, afinal: com menos espaço interno guardado para a gavetinha do chip de celular, é possível abrir área útil para outros componentes, como uma bateria mais parruda, por exemplo. Também é possível afinar o aparelho ainda mais, se for esse o caminho preferido pela fabricante.

Para isso, no entanto, mais operadoras precisam aderir à tecnologia. Por enquanto, apenas Claro e Vivo oferecem esse serviço no Brasil e como apenas os mais novos (e mais caros) iPhones suportam esse recurso, ainda não há muitos usuários que possam fazer uso dessa nova função, diminuindo o incentivo para que outras operadoras sigam o mesmo caminho no curto prazo.

Renato Santino é editor(a) no Olhar Digital