A quinta geração da internet móvel está chegando. Uma operadora do Catar já oferece o serviço a seus clientes, ao mesmo tempo que fabricantes preparam os primeiros dispositivos compatíveis com a tecnologia. Mas será que falta tão pouco tempo assim para o 5G começar a funcionar para valer?
Apesar do 3GPP, órgão internacional responsável pela padronização de tecnologias de telefonia móvel, já ter definido um padrão para as futuras redes 5G, a verdade é que elas estão bem mais distantes do que pode parecer.
Alguns países planejam oferecer as primeiras redes comerciais a partir de 2019, mas até que as redes realmente comecem a funcionar para uma grande quantidade de consumidores ainda pode demorar um pouco.
Qual é a tecnologia?
O 5G é uma rede móvel para muito mais do que celulares, tablets e notebooks. A ideia é que uma quantidade imensa de dispositivos diferentes se conectem a essas redes – é a Internet das Coisas. Assim, mais do que velocidade, ela deve oferecer baixa latência e estabilidade – em resumo, conexões mais confiáveis.
No fim de 2017, a 3GPP definiu o primeiro padrão para o 5G e deu o pontapé inicial para o desenvolvimento da tecnologia. De acordo com um documento divulgado pela organização, as redes de quinta geração vão operar em bandas baixa frequência em 600MHz e 700MHz, ou então em médio alcance em 3.5GHz ou até em alta frequência em 50GHz.
A partir daí, outras características do 5G vão ser estabelecidas. Na teoria, a velocidade das conexões pode chegar a até 20 Gbps, mas na prática ela deve ficar consideravelmente abaixo disso: testes da Qualcomm atingiram 4,51 Gbps na frequência de 28 GHz, e a frequência usada deve influenciar a velocidade geral das conexões.
Quando chegam os aparelhos?
Apesar das redes ainda não estarem operando comercialmente, os primeiros dispositivos compatíveis com o 5G devem chegar às lojas ainda neste ano.
É isso o que promete a Qualcomm, que diz que celulares com suporte às redes móveis de quinta geração vão ser lançados ainda em 2018.
Porém, apenas a partir do ano que vem é que aparelhos 5G devem realmente começar a surgir em grandes quantidades, não só pela Qualcomm como também por outras empresas, como Samsung e Intel.
E no Brasil?
Por aqui, as coisas devem demorar um pouco mais do que em outras partes do planeta. Enquanto uma operadora do Catar já oferece um serviço 5G para consumidores e países como os Estados Unidos planejem a implementação de redes comerciais para o ano que vem, é pouco provável que os brasileiros tenham acesso à quinta geração de internet móvel antes de 2020.
A implementação do 5G no Brasil depende da Anatel, agência reguladora da telefonia no país. Recentemente, o órgão começou as primeiras discussões sobre a nova tecnologia.
No final de abril, a Anatel se reuniu com nomes do setor de telecomunicações para discutir o uso da frequência de 3,5 GHz para as futuras redes 5G do Brasil. No entanto, as conversas ainda estão em estágios iniciais e devem demorar a se desenvolver.
O 5G depende de um leilão promovido pela Anatel. A ideia atual é que isso ocorra no segundo semestre de 2019. Quando for feito, as operadoras vão começar a implementação das suas redes, e as primeiras operações comerciais devem ficar apenas para 2020.
No entanto, existe a possibilidade do 5G chegar um pouco antes: a Nokia prevê a chegada da tecnologia no país já para o ano que vem, mas não como internet para celulares, e sim como banda larga fixa.
Assim, por mais que a data de estreia do 5G possa ser 2019, é pouco provável que a tecnologia chegue a uma quantidade considerável de consumidores antes de 2020. O 5G está chegando, mas também está um pouco distante. Talvez 2021 seja um ano bom para se falar em 5G para bastante gente.