Nesta quarta-feira (18), a Apple divulgou à imprensa que vai utilizar em seus próximos iPhones materiais reciclados de terras raras. Eles serão usados em seu “Taptic Engine”, uma parte que permite aos aparelhos imitar um clique físico de um botão, apesar de ser de vidro. A parte corresponde cerca de um quarto dos elementos das terras raras inseridos no iPhone.
Os metais, um grupo de 17 minerais especializados, são componentes de conflitos comerciais entre Estados Unidos e China, já que o país asiático é detentor da maior parte do processamento desses minerais e, por meio de sua mídia estatal, sinaliza que pode restringir a venda para o país norte-americano. Os elementos são utilizados em armas, eletrônicos de consumo e outros bens.
Esses elementos serão utilizados em minúsculos alto-falantes e atuadores. As peças são tão pequenas que a coleta do material para reciclagem é difícil e possui um custo elevado.
A vice-presidente de iniciativas ambientais, políticas e sociais da Apple, Lisa Jackson, disse que o uso de elementos de terras raras reciclados pela empresa “não está relacionado” às tensões comerciais, mas pode ajudar a manter um fornecimento constante.
“Essa é uma daquelas felizes coincidências em que o que é bom para o planeta é realmente bom para os negócios ao mesmo tempo. Uma das coisas sobre as quais falamos muito internamente, em geral, é o quanto mais resiliente isso torna nossa cadeia de fornecimento”, disse à Reuters.
A Apple sempre buscou reutilizar peças de seus produtos antigos. A empresa revelou que o alumínio dos gabinetes recuperados por meio de seus programas de troca será derretido e transformado em novos MacBooks Air e que o cobalto recuperado das baterias do iPhone, desmontadas por robôs em seus laboratórios de reciclagem no Texas, é colocado em novas baterias do celular.
No entanto, até o momento a empresa pretende usar terras raras recicladas de um fornecedor externo, e não de iPhones usados anteriormente. Ela não disse o nome do fornecedor ou quais dos produtos as terras raras foram recuperados. Jackson disse que a escala de venda de novos iPhones ajuda a tornar o projeto economicamente viável, apesar do custo. “Criamos essencialmente um mercado para esse empreendedor, esse inovador, que encontrou uma maneira de reciclar terras raras”.
Agora, a Apple está experimentando maneiras de recuperar terras raras de seus celulares usando robôs que possam remover pequenas partes e separá-las em caixas de coleta para, assim, agregar material suficiente que viabilize a reciclagem.
Fonte: Reuters