Novos chips MediaTek podem dar mais desempenho a celulares de entrada

MT6839 e MT6891 serão baseados na arquitetura Cortex-A77 da ARM, com desempenho 20% superior à Cortex-A77 atual
Rafael Rigues03/11/2020 18h15, atualizada em 03/11/2020 18h27

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Em contraste a fabricantes como a Samsung e Qualcomm, que dominam o segmento dos topo de linha, a fabricante chinesa MediaTek é mais conhecida por seus produtos para smartphones intermediários e de entrada, combinando um bom desempenho (na categoria) com baixo custo. E segundo um vazamento recente, a empresa está trabalhando em dois produtos que podem solidificar, e até mesmo ampliar, sua posição neste mercado.

De acordo com um posto do usuário Digital Chat Station na rede social chinesa Weibo, a MediaTek está desenvolvendo dois chips baseados na nova arquitetura Cortex-A78 da ARM, chamados MT6839 e MT6891.

Produzidos em um processo de 5 nanômetros, eles teriam desempenho até 20% superior aos modelos atuais baseados na arquitetura Cortex-A77. Também trariam modems 5G integrados, o que deve ajudar a popularizar a tecnologia.

Não há informações sobre quando os chips estarão disponiveis, mas segundo o site Android Authority o desenvolvimento está ocorrendo em um ritmo mais acelerado do que no passado, e é provável que eles sejam anunciados ainda neste ano. Entretanto, os primeiros celulares baseados neles só devem chegar ao mercado no ano que vem.

Brigando pela Huawei

Recentemente a MediaTek pediu autorização ao governo dos EUA para que possa fornecer chips à Huawei. Sanções impostas à empresa pelos norte-americanos impedem empresas como a Qualcomm de vender processadores para ela. O que inicialmente não foi visto como um grande problema, pois a Huawei projeta seus próprios processadores, a família Kirin. Além disso, a empresa empreendeu um esforço para substituir componentes feitos nos EUA por produtos de fornecedoras européias e asiáticas em seus novos produtos.

Entretanto, novas sanções impostas em maio deste ano impedem que empresas que usam “software ou tecnologia originária dos EUA” de fazer negócios com a Huawei a partir de 15 de setembro, sob risco de serem penalizadas pelo governo norte-americano. Isso inclui a TSMC, empresa de Taiwan que produz os processadores Kirin para a Huawei.

Com isso o CEO da divisão de eletrônicos de consumo da empresa, Yu Chengdong, disse que a linha de chipsets Kirin “não poderá mais ser fabricada” depois de 15 de setembro, e que o recém-lançado Mate 40 será o último aparelho da empresa equipado com chips da linha.

A Huawei tinha uma alternativa: usar processadores da MediaTek, fabricante sediada em Taiwan. Entretanto, a MediaTek também usa tecnologia dos EUA para produzir seus processadores, e portanto não pode vender para a Huawei. A MediaTek já havia teria firmado um acordo para fornecer 120 milhões de chips à Huawei, incluindo 30 milhões de chips com suporte a 5G, que não poderão ser entregues devido às novas sanções.

Fonte: Gizchina

Colunista

Rafael Rigues é colunista no Olhar Digital