Pesquisadores da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, apresentaram na última semana o novo menor computador do mundo. Com apenas 0,3 milímetro em um dos lados, a máquina cabe na ponta de um grão de arroz e tem um décimo do tamanho da antiga recordista, fabricada pela IBM — que tinha o tamanho de um grão de sal grosso e a capacidade de processamento de um PC x86 do começo da década de 90, segundo reportagem do Mashable.

O novo pequeno computador não tem esse poder de fogo todo e foi criado, na verdade, para servir como sensor de precisão para temperatura. De acordo com uma publicação no site da universidade, ele pode detectar o calor em “regiões minúsculas, como um grupo de células, com uma margem de erro de 0,1 grau Celsius”.

Essa funcionalidade pode ser muito útil na oncologia — alguns estudos, segundo o texto, sugerem que tumores são mais quentes do que tecido normal. Medir a temperatura com tal precisão, portanto, pode ajudar a comprovar essas teorias e, posteriormente, avaliar a eficácia de tratamentos e terapias de combate ao câncer.

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Pequena demais para ter uma antena de rádio, a máquina recebe e transmite dados por meio de luz visível a uma base que fornece iluminação para manter o computador ligado e funcionando. Mas tudo de forma bem controlada, com capacitores no lugar de diodos, já que a luz em excesso poderia “induzir corrente nos pequenos circuitos” e queimar o equipamento.  

“Basicamente tivemos que inventar novas formas para desenhar circuitos que consumissem pouca energia mas que ao mesmo tempo pudessem tolerar luz”, explicou David Blaauw, professor de engenharia elétrica e da computação na universidade e um dos líderes do projeto.

No entanto, assim como a criação da IBM, a nova máquina não é necessariamente um computador no sentido clássico da palavra, como os próprios pesquisadores admite. As três têm processadores — o do novo recordista é baseado em arquitetura ARM  —, memória RAM e transmissores e receptores sem fio. Mas, ao contrário de um desktop normal e até mesmo do Micro Mote, que detinha o recorde de menor do mundo antes da IBM entrar no jogo, ambas perdem os dados e sua programação quando são desligadas. “É mais uma questão de opinião dizer que elas têm o mínimo de funcionalidade necessária [para serem chamadas de computadores]”, diz Blaauw.