Cientistas da Universidade de Tóquio, no Japão, desenvolveram uma nova química para as baterias de lítio-íon que promete torná-las mais seguras e capazes de suportar tensões mais altas. Na prática, isso pode significar maior autonomia para uma imensa gama de dispositivos, de smartphones a carros elétricos.

Os pesquisadores focaram no eletrólito, substância responsável por permitir o fluxo de elétrons entre o ânodo (polo negativo) e cátodo (polo positivo) da bateria. O eletrólito atual, carbonato de etileno (EC) se torna instável e inflamável em tensões superiores a 4,3 volts. Para substituí-lo, os pesquisadores desenvolveram um material chamado solvente de fosfato cíclico fluorinado (TFEP), que pode suportar tensões de até 4,9 volts.

A diferença pode parecer pequena, mas representa um aumento na capacidade de armazenamento de cada célula sem aumentar o peso das baterias ou aparelhos que as utilizam, algo que é o “santo graal” na pesquisa por novas tecnologias de armazenamento de energia.

“A maioria das pesquisas sobre eletrólitos é um pouco de tentativa e erro, com pequenas alterações na química básica que raramente oferecem vantagens”, disse o Professor Atsuo Yamada, responsável pela pesquisa.

Segundo ele, a abordagem veio de uma compreensão teórica das estruturas moleculares subjacentes. “Previmos propriedades como a segurança e tolerância a alta tensão antes de verificá-las experimentalmente. Sua confirmação foi uma surpresa muito agradável mesmo”, afirmou.

Fonte: New Atlas