A Apple anunciou nesta terça-feira (10) sua nova geração de iPhones, composta pelo iPhone 11, 11 Pro e 11 Pro Max. Como sempre, são aparelhos elegantes, rápidos e cheios de recursos interessantes. Mas nem sempre estão, necessariamente, na “crista da onda”: é que várias das novidades presentes nesses modelos já são velharias conhecidas dos usuários de smartphones Android. Vamos dar uma olhada?
Mas antes… atenção fanboys! Este artigo não tem como objetivo mostrar que os iPhones são “piores” ou “melhores” que os aparelhos Android, nem afirmar que a Apple “parou de inovar”. A ideia é mostrar uma diferença de abordagem: com um mercado disputado a tapas, os fabricantes de aparelhos Android tem de apostar rapidamente em novos recursos pra se diferenciar da concorrência. Já a Apple pode “se dar ao luxo” de evoluir de forma mais controlada, introduzindo recursos apenas quando a empresa acredita que trazem benefício claro para o usuário, ou estão maduros o bastante para o grande público. Escolha a opção que mais agrada.
Câmeras duplas e triplas
Uma das novidades do iPhone 11 é a câmera dupla traseira. São dois sensores de 12 MP cada, um com estabilização óptica e lente wide (26 mm) e o outro com lente ultrawide (13 mm). Quer dizer… uma “novidade” se comparado ao modelo anterior, o iPhone XR, que trazia apenas apenas uma câmera traseira. A Apple introduziu as câmeras duplas em 2006 com o iPhone 7 Plus, e continuou utilizando-as no iPhone 8 Plus, X e XS.
No Android, as câmeras duplas são “carne de vaca” há algum tempo, e estão presentes mesmo em aparelhos de entrada, como o recém-anunciado Moto E6 Plus.
Moto E6 Plus
Câmeras triplas também não são uma novidade: enquanto o recém lançado iPhone 11 Pro Max traz três sensores de 12 MP (wide, telephoto, ultrawide), em novembro passado, a Huawei colocava no marcado o Huawei Mate 20, também com um arranjo de câmeras triplas (wide, telephoto e ultrawide com sensores de 12, 8 e 16 MP), na mesma configuração “bocas de fogão” do aparelho da Apple.
Huawei Mate 20
E, ainda podemos mencionar fabricantes que se atrevem a ir além, como a Motorola com as quatro câmeras do recém lançado One Zoom ou o “zoiudo” Nokia 9 com suas cinco câmeras traseiras (mais flash e sensor ToF pra profundidade).
Nokia 9 PureView
Slofies
A Apple usa o termo “Slofies” (que mais parece um erro de digitação) para descrever selfies em câmera lenta, feitas com a câmera frontal. É um recurso bacana, mas que talvez não seja muito utilizado no dia a dia da maioria dos usuários. De qualquer forma, não é exclusividade do iPhone 11: ele já existe no Zenfone 6, no Motorola G7 Power, Motorola One Vision e vários outros aparelhos.
Carregador rápido na embalagem
A Apple adotou a tecnologia de carregamento rápido em 2017, com o iPhone 8. Mas embora ele e os sucessores – X, XS e XR – tenham suporte a carregadores de 15 Watts, até ontem, a Apple colocava na caixa apenas o carregador lento (bota lento nisso!) de 5 Watts. Se você quisesse algo melhor, teria de comprar um carregador rápido de 18 Watts, separadamente. Com os iPhone 11 Pro e 11 Pro Max, esse acessório finalmente passou a ser incluso na embalagem.
Carregador rápido na embalagem? Entre os Android, isso não é surpresa
E no mundo Android? Bem, a Qualcomm começou a trabalhar em uma tecnologia de carregamento rápido (Quick Charge) em 2013. Em 2015, a segunda geração já possibilitava carregamento a 15 Watts. Hoje em dia, mesmo smartphones Android intermediários como o Moto G7 vem com um carregador de 18 Watts na caixa.
Wi-Fi 6
OK, tenho que admitir que este é um recurso novo mesmo entre os Android, mas isso não significa que o robozinho verde não tenha chegado antes. A nova geração de redes Wireless (tecnicamente chamada de 802.11ax) promete taxas de transferência de até 11 Gigabits por segundo, se você tiver uma infraestrutura compatível, claro. É um recurso que já estava presente no Galaxy S10, lançado em março deste ano.
Night Mode
Em outubro do ano passado, o Google lançou o Pixel 3, que chamou a atenção por um modo de câmera chamado Night Sight, que literalmente permitia ao aparelho ‘enxergar’ no escuro. O sucesso do recurso foi tão grande, que vários outros aparelhos o adotaram, como o Galaxy S10, o Huawei P30 Pro e o iPhone 11. O último deles, quase 1 ano depois…
À esquerda, uma foto noturna feita com o Pixel 3. À direita, a mesma cena com o Night Sight ativado
Cores “ousadas”
Salvo os iPhone 5C, de 2013, os iPhones sempre tiveram cores “sóbrias”. Preto, “cinza espacial”, branco, dourado, de vez em quando um tom rosado, ou uma edição especial, como o “Product Red”, em tom vermelho. Isso muda com o iPhone 11, disponível em preto, branco, verde, amarelo, roxo e vermelho. Até o 11 Pro e Pro Max entraram na onda, com uma versão em um verde escuro chamado “Midnight Green”.
Entre os Android, cores não são uma novidade. Em 2015, o Moto G3 podia ser montado com várias opções de cores para a tampa traseira, moldura lateral e outros detalhes, como a borda ao redor da câmera. Em 2016, a brasileira Quantum lançou o Quantum Fly na cor azul. Um ano depois, foi a vez da Essential lançar um modelo do Essential Phone em tom verde-azulado, nomeado Ocean Depths. E a moda agora são os acabamentos que mudam de cor dependendo do ângulo de visão, como o Xiaomi Mi 8, Huawei P30 ou Redmi K20 Pro. E alguns outros fabricantes, como a Samsung, estão experimentando acabamentos que criam reflexos multicoloridos, como nos Samsung Galaxy A50 ou Galaxy Note 10.
Samsung Galaxy Note 10 e seu acabamento “psicodélico”
Baterias grandes
A Apple fez questão de mencionar que a bateria do iPhone 11 dura até 1 hora a mais em comparação ao XR, e que a do iPhone Pro tem duração de até 4 horas a mais que o modelo XS. Isso graças a otimizações do processador, mas também a baterias com maior capacidade: 3.110 mAh no iPhone 11, 3.190 mAh no iPhone 11 Pro.
Essa é, sem dúvida, uma boa notícia para os usuários de iPhones, mas não se trata de uma novidade para quem usa smartphones Android. Em 2017, o Quantum SKY chegava ao mercado nacional com bateria de 4.000 mAh, mesma capacidade do ASUS Zenfone Max M1, de maio passado. Isso sem falar em aparelhos que traziam na bagagem mais capacidade, como o Moto G7 Power e bateria de 5.000 mAh.
Quantum Sky: nacional com bateria grande de 4.000 mAh
E você, se lembra de alguma novidade nos iPhones 11 que já existiam há tempos nos Android? Compartilhe conosco nos comentários abaixo!